Ex-apoiante disse que Trump queria fazer “revolução armada”

Antigo membro dos Oath Keepers insistiu à comissão para deixar de “minimizar as palavras”.

Um ex-membro da organização de extrema-direita Oath Keepers revelou à Comissão que está a investigar a invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021, com a intenção de reverter o resultado das eleições que deram a vitória ao atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que Donald Trump tentou montar uma “revolução armada” para continuar no poder.

Jason van Tatenhove, que, entretanto, se afastou do grupo extremista, pediu aos legisladores para “parar com a desonestidade e minimizar palavras, e dizer as coisas como são”.

“Morreram pessoas neste dia. Havia uma força montada à frente do Capitólio”, disse Tatenhove, acrescentando que “podia ter sido a faísca que começava a guerra civil”. Segundo o comité, pelo menos, sete pessoas morreram ligados à invasão ao Capitólio.

Além de Van Tatenhove, na mesma audiência surgiu Stephen Ayres, um ex-apoiante do ex-Presidente, que se declarou culpado de uma acusação de crime relacionada com a invasão ao Capitólio.

Ambos os ex-apoiantes do antigo Presidente discutiram a sua lealdade e lições aprendidas após a invasão. Ayres, citado pelo Guardian, disse que sua perceção das mentiras contadas por Trump foi semelhante ao remover as “palas a um cavalo”. 

A comissão parlamentar examinou a fundo as ligações da organização extremista a pessoas próximas de Donald Trump, nomeadamente o ativista conservador Roger Stone, fundador de organizações extremistas, como os Oath Keepers e Proud Boys, que agora enfrentam acusações criminais de conspiração sediciosa, pelo seu papel no assalto ao Capitólio.

Tatenhove testemunhou que Rhodes acreditava que Trump ia acionar a Lei da Insurreição e isso iria legitimar o trabalho dos Oath Keepers, que, segundo o Departamento de Justiça, terão transportado armas e explosivos para Washington na preparação para o 6 de janeiro, e Tatenhove confirmou que parte do treino da organização era sobre explosivos. 

“Penso que tivemos muita sorte em não ter havido mais derramamento de sangue. Havia potencial para muito mais”, sublinhou.

A oitava audiência pública, que estava prevista para acontecer esta semana em horário nobre, foi adiada para a próxima semana.