Montenegro acusa Governo de “ganhar dinheiro com inflação”

“Governar é antecipar e evitar problemas” e não fazer “anúncios todos os dias”, acusa líder do PSD.

O presidente do PSD não poupou críticas à atuação do Governo, considerando que se trata de um “comportamento quase imoral” por estar a “ganhar dinheiro com a inflação”, reiterando a importância de implementar um programa de emergência social. Para Luís Montenegro que, discursava no encerramento do congresso do PSD/Açores, que decorreu em Ponta Delgada, o líder social-democrata disse que o Governo está a ser “insensível” durante o atual período de inflação, porque o “aumento dos preços incorpora também o aumento da receita fiscal”. E foi mais longe:

“Muitos impostos incidem percentualmente sobre o valor dos produtos. O Governo está a arrecadar mais impostos do que aqueles que tinha estimado. O Governo está a ganhar dinheiro com a inflação”.

O principal líder da oposição disse ainda que o atual executivo de António Costa já “denota cansaço, esgotamento e confusão dentro de si”, referindo que é “de uma grande insensibilidade não formar, executar e levar às vidas das pessoas um programa de emergência social, que ajude já os mais vulneráveis”. 

Reforma florestal “falhou” Montenegro também apontou o dedo à reforma florestal, considerando que o processo “falhou” e aproveitou para criticar António Costa por não ter dado seguimento à compra de dois aviões de combate aos incêndios em 2016 iniciado pelo governo PSD/CDS-PP.

“António Costa em 2016 recebeu do governo anterior um projeto para comprar dois aviões, financiado pelo [programa] Portugal 2020. Eram 50 milhões de euros de euros, mas entendeu que era mais rentável alugar do que comprar”, criticou.

“Não é retirar aproveitamento político dos incêndios. É cuidar do que é público, do que é de todos. É preciso dizer que reforma florestal que o governo tanto anunciou não está a funcionar no terreno. É preciso dizer isso”. 

E deixou uma garantia: “Não é depois da casa roubada que se vão pôr as trancas na porta”, acusando o Governo de ser “responsável pela vulnerabilidade da floresta” e pela “falta de meios” no terreno. “Temos de ter a capacidade de tomar essas decisões antes de as coisas acontecerem e António Costa e o PS mais uma vez falharam”, referindo que “governar é antecipar e evitar problemas” e não fazer “anúncios todos os dias”.