Iberdrola investe 1500 milhões mas pede estabilidade a Costa

Realizou-se esta segunda-feira a cerimónia de inauguração do Sistema Eletroprodutor do Tâmega, a chamada gigabateria do Tâmega. Presidente da elétrica pede a Portugal para não seguir exemplo de Espanha.

A empresa espanhola Iberdrola anunciou esta segunda-feira, em Ribeira de Pena, mais 1500 milhões de investimento em Portugal em parques eólicos, centrais fotovoltaicas e hidrogénio verde. Segundo a empresa, a gigabateria terá capacidade para produzir 1158 MW e armazenar a energia consumida por 11 milhões de pessoas por dia nas suas casas, evitando ainda a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano. “Nos próximos anos podemos até duplicar os investimentos feitos nesta gigabateria atingindo até três mil milhões de euros de investimento em Portugal”, disse Ignacio Galán, presidente da Iberdrola.

O complexo é composto por três centrais – Alto Tâmega, Daivões e Gouvães – que “pode armazenar energia para ser utilizada quando for mais necessária; um ciclo de eficiência energética e de verdadeira economia circular que aumentará a potência elétrica total instalada em Portugal e evitará a emissão de 1,2 milhões de toneladas de CO2 por ano – sem quantificar outros tantos milhões, graças à energia renovável que poderá ser integrada no sistema – favorecendo a luta contra as alterações climáticas”, explica. O complexo deverá estar construído daqui a dois anos.

Para o primeiro-ministro, esta é uma boa notícia para o país: “O que anunciou o presidente da Iberdrola é da maior importância. É que com a energia renovável podemos produzir hidrogénio verde a mais baixo custo e com o hidrogénio verde a mais baixo custo nós podemos produzir também outras produções que se tornam verdes porque vão ser produzidas com base no hidrogénio verde”, disse António Costa.

Já o presidente da Iberdrola garantiu que os investimentos podem não ficar por aqui. “Queremos continuar a ser sócios do Governo português no desenvolvimento de um sistema energético fiável e limpo. Agora que nos aproximamos do fim do projeto do Tâmega, vamos começar projetos ainda maiores. Temos os recursos naturais e acesso a financiamento, e da nossa carteira de investimentos fazem parte mais 3000 MW em Portugal, tanto no Tâmega, com 450 MW de energia eólica, como noutras regiões, onde estamos a desenvolver 2500 MW de solar”, disse Galán. E já assegurou a compra de terrenos em Sines para a “manufatura de produtos industriais a partir do hidrogénio verde”.

Mas para isso, pede ao primeiro-ministro português estabilidade regulatória e que não siga o exemplo de Espanha que, ainda agora anunciou novas taxas para as elétricas.