Preços na produção e no consumidor “mantêm trajetória ascendente”

Também os preços implícitos nas exportações e importações aumentaram. 

Os preços na produção e no consumidor mantêm a “trajetória ascendente”, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), na síntese económica de conjuntura de junho. De acordo com os mesmos dados, a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 8,7% em junho, atingindo a taxa mais elevada desde dezembro de 1992. O indicador de inflação subjacente (IPC total excluindo bens energéticos e alimentares não transformados) registou uma variação homóloga de 6,0% (5,6% em maio), a mais elevada desde junho de 1994. 

O índice de preços na produção da indústria transformadora apresentou em junho uma taxa de variação homóloga de 25,7% (22,9% no mês anterior), registando o crescimento mais elevado da atual série. Excluindo a componente energética, este índice aumentou 16,3% em termos homólogos, igualmente o crescimento mais elevado da série. “Refletindo em grande medida este aumento de preços, os indicadores de curto prazo da atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis até maio de 2022, continuaram a revelar crescimentos elevados em termos nominais, acelerando face ao mês anterior”, adianta o INE. 

As vendas de veículos ligeiros de passageiros diminuíram 19,3% no segundo trimestre de 2022, tendo as vendas de veículos comerciais ligeiros contraído 35,7% e as vendas de veículos pesados aumentado 12,3% (variações de 12,0%, -9,0% e 5,6% no primeiro trimestre de 2022).

O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA apresentou um crescimento homólogo de 19,6% (30,3% no trimestre anterior). 

Já a taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi 6,1% em maio, 0,2 p.p. acima dos valores registados nos dois meses anteriores (5,8% em fevereiro e 6,9% em maio de 2021). A taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou-se em 11,5%, mais 0,1 p.p. que o valor observado no mês anterior (12,7% em maio de 2021). 

Em junho, o preço do petróleo voltou a aumentar, atingindo um novo máximo da série (iniciada em 1995) de 116,1 euros por barril, valor 8,4% superior ao do mês anterior e 91,2% superior ao do período homólogo de 2021. Considerando a informação disponível para julho, o brent suspendeu o movimento ascendente dos últimos meses, registando um valor médio de 110,3 euros nos primeiros 14 dias, uma diminuição de 5% face ao valor médio de junho.