O que está escrito é para ser cumprido. Ucrânia e Rússia assinam acordo para exportar cereais do Mar Negro

O acordo foi assinado em dois documentos separados, visto que a Ucrânia se recusou a assinar o mesmo papel que a Rússia, e deverá vigorar durante quatro meses e tem a possibilidade de ser renovado.

O que está escrito é para ser cumprido. Ucrânia e Rússia assinam acordo para exportar cereais do Mar Negro

A Ucrânia e a Rússia assinaram, esta sexta-feira, um acordo para desbloquear a exportações de cereais retidos no Mar Negro devido à guerra. Para o secretário-geral da ONU, o acordo é um sinal de “esperança” e de “alívio”.

A cerimónia aconteceu no Palácio Dolmabahçe, na cidade de Istambul, na Turquia, com a presença dos dois mediadores: Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O acordo foi assinado em dois documentos separados, visto que a Ucrânia se recusou a assinar o mesmo papel que a Rússia, e deverá vigorar durante quatro meses e tem a possibilidade de ser renovado.

Para o líder da ONU, este documento "vai trazer alívio aos países em desenvolvimento, à beira da falência, e às pessoas mais vulneráveis, à beira da fome, além de ajudar a estabilizar os preços globais dos alimentos", sublinhou na abertura da cerimónia.

"Hoje há um farol no Mar Negro. O farol da esperança. O farol da possibilidade. O farol de alívio num mundo que precisa mais do que nunca", acentuou, ao elogiar os dois países que estão em confronto na Ucrânia por terem conseguido ultrapassar as diferentes e chegar a um acordo. Também deixou um agradecimento à Turquia pela mediação e pela participação que terá neste acordo.

No acordo ficou estipulado que será criado um centro de controlo em Istambul dirigido por representantes das quatro partes envolvidas – Ucrânia, Rússia, Turquia e ONU – para gerir um cronograma de rotação de navios no Mar Negro, o que implicará uma inspeção dos navios que transportam os cereais.

As inspeções, que serão realizadas tanto à saída como à chegada dos navios, deverão acontecer nos portos de Istambul e servirão para garantir que não são levadas armas para o campo de batalha no território ucraniano.