Gatos são uma “espécie estranha invasora” para Instituto científico polaco

A classificação deve-se “aos impactos que os gatos têm sobre as populações de aves e de outros animais”.

Os especialistas do Instituto da Conservação da Natureza, da Academia de Ciências Polaca, concluíram recentemente que os gatos – animais domésticos de muitos – são uma “espécie estranha invasora”, argumentando que a classificação se deve “aos impactos que os gatos têm sobre as populações de aves e de outros animais”.

Segundo a APNews, a decisão granjeou o consenso da comunidade científica, que revela que os gatos domésticos “caçam e matam grandes números de pássaros e pequenos mamíferos”. Wojciech Solarz, o biólogo responsável pela introdução dos gatos domésticos na lista de espécies invasoras desse instituto científico, apesar de estar a ser alvo de duras críticas por parte de segmentos da população polaca, diz que o comportamento dos gatos corresponde em “100%” aos critérios que definem uma espécie invasora”.

Dorota Suminska, veterinária que esteve num debate televisivo em que enfrentou o biólogo, aponta que “a diminuição da biodiversidade deve ser imputada à poluição e a prédios contra cujas fachadas muitos pássaros embatem, acabando por morrer”. Além disso, Suminska acredita que também o ser humano “cumpre todos os critérios para ser considerado uma espécie invasora, mas não consta dessa lista”.

Segundo o jornal alemão, com o objetivo de amenizar a polémica, o Instituto da Conservação da Natureza polaco veio a público para explicar que se opunha “a qualquer crueldade para com os animais” e que “a classificação do gato como espécie estranha invasora não deveria motivar maus-tratos contra essa espécie”. O Instituto contou ainda que o gato doméstico é considerado uma espécie “estranha”, por ter sido importada para a Europa a partir do Médio Oriente há cerca de 10 mil anos. Por isso, a espécie é considerada estranha “do ponto de vista puramente científico”.

Wojciech Solarz aconselha ainda os donos de gatos a limitarem o tempo que estes passam no exterior para minimizar os impactos nas populações de outras espécies, “especialmente durante a época de reprodução das aves”.