Lucros do BCP disparam 500% para 74,5 milhões no primeiro semestre

A instituição financeira justifica estes resultados pelo “aumento significativo do resultado na atividade em Portugal, pese embora o seu impacto tenha sido em grande parte absorvido pela redução do resultado da atividade internacional”

O lucro do BCP disparou 500% para 74,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano. O banco liderado por Miguel Maya tinha, em igual período do ano passado, registado 12,3 milhões de euros. 

A instituição financeira justifica estes resultados pelo “aumento significativo do resultado na atividade em Portugal, pese embora o seu impacto tenha sido em grande parte absorvido pela redução do resultado da atividade internacional”. Ainda assim, garante que “o resultado da atividade internacional e consequentemente o resultado do grupo encontram-se fortemente penalizados pela constituição, no primeiro semestre do ano, de imparidades no montante de 102,3 milhões de euros, referentes à totalidade do goodwill associado à participação que o grupo detém no Bank Millennium, na Polónia”.

E apesar de reconhecer melhorias na subsidiária polaca – ainda esta terça-feira apresentou prejuízos de 262,6 milhões de zlótis (56,6 milhões de euros ao câmbio atual) no primeiro semestre do ano – a instituição financeira admite que “os fatores de incerteza, nomeadamente os impactos materiais decorrentes de novas medidas legislativas, levaram a que fosse considerada a imparidade total do goodwill atual associado à aquisição pelo grupo BCP da atual percentagem de controlo sobre o Bank Millennium no montante de 102,3 milhões de euros a 30 de junho de 2022”. 

A somar há que com o acréscimo dos custos suportados com as contribuições obrigatórias a que esteve sujeito, passando de 51,81 milhões no primeiro semestre de 2021 para 116,71 milhões de euros nos primeiros seis meses deste ano corrente, bem como ao acréscimo dos custos associados à carteira de créditos hipotecários em moeda estrangeira, que evoluíram de 234,31 milhões para 257,81 milhões , no mesmo período. Mas, em conferência de imprensa, o CEO do banco, afasta a necessidade de avançar com um aumento de capital. “Não está considerado no plano de recuperação [do Bank Millennium], nem é nossa intenção, qualquer tipo de suporte de capital ou liquidez à operação polaca”.

Já em Portugal, o banco liderado por Miguel Maya revela que a evolução do resultado do grupo “encontra-se influenciada pela constituição, no primeiro semestre do ano anterior, de uma provisão extraordinária, no montante de 81,41 milhões de euros, reconhecida como custos com o pessoal na atividade em Portugal, destinada a fazer face aos custos com o ajustamento do quadro de pessoal levado a cabo pelo banco nesse ano”.

A margem financeira aumentou 28,6% para 985,2 milhões de euros, no entanto, garante que em relação ao negócio em Portugal, a taxa da margem financeira ainda se encontra algo pressionada pela exposição ao crédito covid.

Também as comissões subiram 11% para 332,7 milhões de euros, “beneficiando principalmente do desempenho da atividade em Portugal, refletindo em larga medida a progressiva normalização da atividade económica”.

Os custos com o pessoal, não considerando o efeito dos itens específicos (5,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2022 e 87,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2021), totalizaram 278,5 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2022, apresentando uma redução de 2,5% face aos 285,6 milhões de euros contabilizados no período homólogo de 2021.