REN. Lucros sobem 16% para quase 46 milhões no primeiro semestre

Neste período houve um aumento dos impostos, para os 53,2 milhões (+6,3%), que incorpora um acréscimo de 0,9 milhões na Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE).

Os lucros da Redes Energéticas Nacionais (REN) aumentaram 16% no primeiro semestre, em comparação com o período homólogo. De acordo com os dados divulgados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), este aumento traduz-se num resultado líquido de 45,9 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.

No entanto, a empresa lembra que o primeiro semestre do ano "foi caracterizado por desafios operacionais importantes, nomeadamente, o eclodir da guerra na Ucrânia em fevereiro, a pressão sobre o abastecimento de Gás Natural na Europa, a situação grave de seca e o acelerar do ritmo de desenvolvimento de novas infraestruras de suporte à transição energética".

Mas garante que apesar destas circunstancias, a atividade desenrolou-se de forma positiva. E refere que o EBITDA atingiu os 238,4 milhões, um aumento de 4,6% (+10,5 milhões) face ao mesmo período de 2021, refletindo o desempenho positivo em Portugal e o aumento da contribuição do negócio no Chile (+3,7 milhões) para os resultados da empresa.

Ainda assim, admite que os resultados foram, no entanto, penalizados por um recuo nos incentivos regulados na eletricidade (-9,7milhões), e pelo aumento dos custos operacionais (+2,3 milhões), relacionado com o crescimento dos custos com a eletricidade (+5,3 milhões). Assistiu-se ainda um aumento dos impostos, para os 53,2 milhões (+6,3%), que incorpora um acréscimo de 0,9 milhões na Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE).

"A qualidade do serviço, à semelhança do ano anterior, manteve-se em níveis extremamente elevados, tanto ao nível de percas na rede, como ao nível da disponibilidade de eletricidade e de gás natural, como à capacidade de resposta a situações de emergência na distribuição de Gás Natural", refere.

O consumo de energia elétrica cresceu 2,9 % no primeiro semestre do ano, face a idêntico período do ano passado, ou 3,0% com correção de temperatura e dias úteis. Já o consumo de gás natural registou uma ligeira queda homóloga de 1,2%, resultado de um recuo de 22% no segmento convencional e de um crescimento de 49% no segmento de produção de energia elétrica.

Nos primeiros seis meses do ano, a produção renovável abasteceu 47,5% do consumo de energia elétrica, repartida pela eólica com 25%, hidroelétrica com 11%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 5%. Num semestre marcado pela seca severa e extrema em todo o país, o índice de produtibilidade hidroelétrica ficou-se apenas pelos 0,34 (média histórica igual a 1). A produção a gás natural abasteceu 31% do consumo – o valor mais elevado de sempre para o primeiro semestre, enquanto os restantes 21% corresponderem ao saldo importador, igualmente o valor mais elevado registado no sistema elétrico nacional.

Já o abastecimento de gás natural foi feito, de forma praticamente integral partir do terminal de GNL de Sines, com o saldo de trocas através da interligação com Espanha a registar este mês um valor praticamente nulo. "Nos 6 primeiros meses do ano, o Terminal de GNL de Sines recebeu 39 navios, um novo recorde máximo semestral, face aos 34 navios verificados em período homólogo de 2019. O Terminal foi responsável por 99% do abastecimento de gás natural em Portugal nos primeiros seis meses do ano", refere.