Governo defende contratação de Sérgio Figueiredo e diz que “não há sobreposição” de funções

Executivo não decidiu ainda se pedirá fiscalização do contrato ao Tribunal de Contas. “Questão que não está suficientemente ponderada ainda”, adiantou Moz Caldas.

Governo defende contratação de Sérgio Figueiredo e diz que “não há sobreposição” de funções

O Governo sublinhou, esta quinta-feira, que "não há necessariamente sobreposição" entre as funções de Sérgio Figueiredo no Ministério das Finanças e outros serviços do Estado.

No briefing do Conselho de Ministros, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros foi questionado acerca da necessidade de o Ministério das Finanças contratar o ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico, tendo em conta que o Centro de Competências de Planeamento, Políticas e Prospetiva da Administração Pública (PlanAPP), criado em 2021, desempenha as mesmas funções.

André Moz Caldas respondeu que o centro de competências em questão "foi implementado, está a funcionar, ocupa-se das matérias de planeamento estratégico, prospetiva e avaliação de políticas públicas em geral, no contexto da administração, muito particularmente no que diz respeito à elaboração de grandes documentos de estratégia, como são as grandes opções ou como é o programa nacional de reformas no âmbito do Semestre Europeu".

No entanto, “não esgota a possibilidade de haver atividade nestes domínios, a nível setorial, em cada uma das áreas governativas, e, portanto, não há necessariamente uma sobreposição nas atividades desse serviço e de quaisquer representantes setoriais nesta matéria, ou colaboradores das diversas áreas governativas nas mesmas áreas", referiu.

Insistindo no mesmo tema, os jornalistas confrontaram o governante com os apelos que têm sido feitos, perguntando se o contrato de Sérgio Figueiredo deve ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas, Moz Caldas respondeu que "obviamente estão preservadas todas as competências do Tribunal de Contas, e de outras instituições de controlo".

Porém, quando questionado sobre se o Governo iria tomar ou não a iniciativa de pedir essa fiscalização, Moz Caldas respondeu: "Se o Governo tomará iniciativa ou não nesta matéria, é uma questão que não está suficientemente ponderada ainda”, e sublinhou que “a ação do Tribunal de Contas não é feito a pedido".

"Portanto, parece-me que seria muito extemporâneo estar a elaborar sobre essa matéria. O Tribunal é competente, terá a ação que entender e deve fazê-lo livre de quaisquer interferências de quem quer que seja", acrescentou.