Novos médicos ocuparam 938 vagas no SNS. Ficaram por preencher 532 lugares nos hospitais

Abriram mais vagas do que candidatos mas 282 novos médicos não ficaram a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde

O último concurso para colocação de novos médicos especialistas no SNS terminou com 938 vagas preenchidas, 650 nos hospitais e 272 novos médicos de família, revelou ao i a Administração Central do Sistema de Saúde.  

A Administração Central do Sistema de Saúde adianta que "o total de vagas ocupadas corresponde a 73%, face ao número de candidatos admitidos ao concurso" e que o concurso "permitiu reforçar os recursos humanos de mais de 200 entidades do Serviço Nacional de Saúde". 

Refere ainda que "ao abrigo do Despacho n.º 7518-A/2022, tendo ficado postos de trabalho por ocupar, pode ser autorizada a contratação de pessoal médico, sem vínculo ao SNS, na base da carreira, mediante a celebração de contratos de trabalho sem termo" e que, neste âmbito, ja foram autorizadas 131 contratações para vagas que ficaram por preencher.

São ainda uma pequena parte das centenas de vagas que tinham aberto em maio nos hospitais e cuidados primários para novos especialistas e que ficaram por preencher, sendo que tinham aberto mais vagas do que candidatos: abriram 1.636 vagas para a contratação de recém-especialistas, mas havia apenas 1.220 recém-especialistas.

Nos hospitais tinham sido abertas um total de 1182 vagas. Tendo sido ocupadas 650, ficaram por preencher 532.

Já nos cuidados primários havia 432 vagas para novos médicos de família, as consideradas mais urgentes numa altura em que faltam mais de 700 especialistas de medicina geral e familiar para garantir cobertura total de médico a toda a população. Havia à partida apenas 370 candidatos e cerca de uma centena optaram por abandonar o SNS, tendo sido então ocupadas 272 vagas.

 

Maioria dos médicos já iniciou funções

A ACSS adianta ao i que até ao final desta semana, no caso da medicina geral e familiar, já iniciaram funções 92% dos colocados, que vêm praticamente repor 236 médicos de família que se tinham aposentado desde o início do ano, balanço facultado também a pedido do i.

Como o Nascer do SOL revelou na semana passada, no final de julho havia quase 1,5 milhões de utente sem médico de família, já mais 400 mil do que no início do ano, o que agora deverá voltar ao ponto de partida do início do ano. Esperam-se no entanto mais duas centenas de aposentações até ao final do ano, antecipou na altura o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos.

Sem apontar previsões de cobertura, a ACSS adianta que estão atualmente a trabalhar nesta área nos centros de saúde 214 médicos de família aposentados, ao abrigo do regime especial que existe para esse efeito.  

Foram ainda ocupadas neste concurso 16 vagas na área da saúde pública, tendo sido abertas 25.