Arquivado processo sobre refugiados ucranianos em Setúbal

Para o presidente da Câmara de Setúbal, o arquivamento do caso é uma “situação normal”. 

Arquivado processo sobre refugiados ucranianos em Setúbal

O inquérito da Inspeção-Geral das Finanças sobre o caso da receção de refugiados ucranianos em Setúbal foi arquivado, confirmou, este sábado, o presidente da Câmara de Setúbal.

“Estamos de consciência tranquila quanto a tudo aquilo que fizemos”, disse André Martins à agência Lusa, sublinhando que o arquivamento é uma “situação normal” para a autarquia.

A notícia sobre o arquivamento do caso foi avançada hoje pelo jornal Público, na qual indica que esta decisão já foi homologada pela ministra da Coesão Territorial.

O líder da câmara setubalense afirmou que a criação do gabinete para ajudar refugiados ucranianos tinha como intuito “atender as pessoas o melhor possível”, de forma a procurar “as melhores condições para se instalarem em Setúbal ou noutros locais em território nacional".

Não só está “de consciência tranquila” sobre todo o processo, como André Martins também está mais aliviado com o que esta decisão fará, uma vez que o trabalho da câmara municipal e “a dignidade dos trabalhadores que se empenharam para receber as pessoas da melhor forma possível” fora colocada em causa quando o caso se tornou público.

Quanto a esta decisão, o ministério da Coesão Territorial não adiantou qualquer comentário à mesma agência.

Não obstante, na edição de hoje do Público, o relatório sobre os resultados do inquérito, também remetido ao ministro das Finanças, elenca três irregularidades na relação entre a Câmara Municipal de Setúbal e a Associação de Imigrantes dos Países de Leste, Edinstvo, suspeita de ter elementos russos com ligações ao regime de Putin.

Contudo, estas irregularidades foram consideradas pouco relevantes, pelo que determinaram o arquivamento, segundo o órgão de comunicação.

Recorde-se que no inicio de maio, este ministério, liderado por Ana Abrunhosa, confirmou que o caso tinha sido remetido para a Inspeção Geral das Finanças, estando ainda a "recolher informação adicional para posterior apreciação" sobre o acolhimento de refugiados da guerra na Ucrânia em detrimento de várias denúncias.

O caso ganhou relevo no final de abril quando o Semanário Expresso avançou com uma notícia que dizia que ucranianos tinham sido recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin, como Igor Khashin, membro da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo) e antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e a sua mulher, Yulia Khashin, funcionária do município.