Movimento de utentes promete não baixar braços contra fechos dos balcões da CGD

Para hoje está agendada uma nova ação de protesto e, desta vez, contra o encerramento do balcão na freguesia de Avenidas Novas.

A Comissão de Utentes contra o encerramento dos balcões da Caixa Geral de Depósitos prometem não dar tréguas à decisão da administração de Paulo Macedo de encerrar 23 balcões, essencialmente em Lisboa e no Porto. Para hoje está prevista uma nova ação de protesto contra o fecho da agência no Bairro do Rego, na Freguesia de Avenidas Novas. 

O movimento considera que estes encerramentos vão criar “dificuldades a todos os que residem e trabalham nessas freguesia”, chamando ainda a atenção para o facto de a Caixa ser um banco público e “como tal, deve estar ao serviço do país”. Esta ação surge depois de uma outra que foi organizada, na sexta-feira, em Alcântara.

Também o PCP manifestou-se contra o encerramento da agência em Almada. Os comunistas lembraram que nos últimos dias foram encerradas nove agências neste município – Sobreda, Feijó, Cacilhas, Praça São João Baptista, Estação Ferroviária do Praga, Monte da Caparica, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Rua da Liberdade e Almada Fórum – e exigem a reversão deste processo. “Representa fortíssimos prejuízos para os clientes do banco e com consequências também gravosas para o serviço público de proximidade, a que o banco público deve estar integramente vinculado”, diz o partido em comunicado. 

Por isso defende a “reabertura no concelho de um conjunto de balcões que desempenham um papel de proximidade com as populações e que se rompa com as práticas abusivas que hoje proliferam no setor bancário”.

Recorde-se que a denúncia chegou por parte do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo CGD (STEC), notando “que se desconhecem outros motivos que não seja a intenção de reduzir despesas, mesmo à custa da desvalorização da capacidade da Caixa enquanto banco público”, disse Pedro Messias, presidente do Sindicato do grupo. 

Banco tem de sair da sede Estes encerramentos surgem, numa altura, em que o banco público vai ter de escolher outra sede. Tal como o Nascer do SOL avançou, o CEO da Caixa banco público ainda tentou convencer o primeiro-ministro a deixá-lo ficar com parte das instalações, mantendo aí a administração e os serviços centrais da Caixa, com um total de 1200 trabalhadores, em vez dos atuais 3200. Mas António Costa não se deixou convencer, reclamando o edifício todo para o Governo e para os organismos centrais da Administração Pública.

O nosso jornal sabe que o gabinete do primeiro-ministro ocupará o último andar e os dois primeiros Ministérios a mudarem-se para a atual sede do banco público são o da Economia e o do Ambiente. De fora, ficarão apenas o Ministério das Finanças, da Defesa, da Justiça e dos Negócios Estrangeiros.

A ideia é juntar todos os Ministérios no novo espaço até ao final deste ano, mas, dada à complexidade da mudança, admite-se que o prazo poderá derrapar. Isso já foi reconhecido pela própria ministra da Presidência, quando afirmou que o calendário poderá ser mais demorado, “porque exige que as pessoas que atualmente trabalham no edifício tenham outro para trabalhar”.