TAP. Prejuízos de 202 milhões no primeiro semestre

 Ainda assim representa uma melhoria de 291,1 milhões de euros face ao mesmo período de 2021.  Passageiros quadruplicaram no segundo trimestre e empresa operou mais do dobro do número de voos face ao segundo trimestre de 2021.            

A TAP apresentou perdas de 202,1 milhões de euros, no primeiro semestre do ano, ainda assim representa uma melhoria de 291,1 milhões de euros face ao mesmo período de 2021 “e mantendo uma melhoria trimestral consecutiva”, revelou a companhia aérea em comunicado.

A empresa diz ainda que a retoma de atividade prosseguiu durante o segundo trimestre com as receitas, o número de passageiros e o número de partidas mais do que duplicando em comparação com o segundo trimestre de 2021. “A TAP está a recuperar da crise, com o ASK, o número de passageiros e o número de partidas a alcançaram entre 81% e 92% dos níveis pré-crise de 2019, enquanto as receitas atingiram 99% do seu nível pré-crise no segundo trimestre de 2019”.

De acordo com Christine Ourmières-Widener, Chief Executive Officer, “o segundo trimestre registou uma procura muito saudável e receitas por passageiro mais elevadas, o que nos permitiu compensar o aumento nos custos. O contexto continua difícil e as perspetivas de procura para o quarto trimestre e próximo ano mantém-se incertas. A execução do plano de restruturação continua a ser fundamental.”

 Passageiros quadruplicam no segundo trimestre             

Numa análise às operações no segundo trimestre de 2022, verifica-se que o número de passageiros transportados quadruplicou, em comparação com o mesmo período de 2021, atingindo 82% dos níveis do segundo trimestre de 2019. Durante este período, a TAP operou mais do dobro do número de voos do que no segundo trimestre de 2021, ou 81% das partidas do segundo trimestre de 2019.

 A empresa esclarece ainda que as receitas operacionais foram quase quatro vezes superiores às do mesmo período do ano passado, aumentando em 597,4 milhões de euros para 830,6 milhões, representando 99% das receitas operacionais do segundo trimestre de 2019. “Este fator foi predominantemente impulsionado pelo aumento das tarifas e maior capacidade, resultando num aumento das receitas do segmento de passageiros em 586,4 milhões vs. segundo trimestre de 2021, para 740 milhões”

 Também as áreas de manutenção e de carga contribuíram para o aumento das receitas com 7,8 milhões e 7,3 milhões, respetivamente. “A área de Manutenção terminou o segundo trimestre com receitas de 18 milhões, mais 76,9% do que no segundo trimestre de 2021. Por sua vez, as receitas na área de carga ascenderam a 67,4 milhões, aumentando 12,2% em comparação com o segundo trimestre de 2021”.

Já os custos operacionais recorrentes neste período ascenderam a 782,7 milhões, “aumentando 92,5% em comparação com o segundo trimestre de 2021”, com a companhia aérea a esclarecer que “este aumento significativo reflete o maior nível de atividade”, mas em comparação com o mesmo período de 2019, os custos operacionais recorrentes foram 4,1% mais baixos, apesar do aumento do custo com combustível.

 “O custo com combustível aumentou em 217,5 milhões em relação ao segundo trimestre de 2021, ou perto de cinco vezes, para 277 milhões. Verificou-se, ainda assim, um efeito positivo do hedging de 54,5 milhões, que compensou parcialmente o aumento acentuado do preço de mercado do jet fuel observado durante o trimestre”, salienta ainda.

O EBITDA Recorrente, registou pelo quarto trimestre consecutivo um valor positivo e alcançou 156,8 milhões, um aumento de 211,7 milhões de euros em comparação com o mesmo período em 2021.

Neste segundo trimestre, o resultado líquido melhorou 47,6 milhões, em comparação com o segundo trimestre de 2021 para -80,4 milhões, “apesar do impacto líquido negativo das diferenças cambiais de 58,2 milhões resultante da evolução desfavorável do euro face ao dólar americano”.

Por sua vez, os itens não recorrentes, predominantemente relacionados com uma libertação de provisões devido a uma estimativa de custos reduzida para os riscos de litígio e liquidação relativos ao encerramento da M&E Brasil, no total, tiveram um impacto positivo de 18,5 milhões nos resultados.

A empresa esclarece ainda que, de uma perspetiva operacional, foram reabertos um total de sete destinos que estavam temporariamente suspensos (dos quais quatro são sazonais da época de Verão), tais como: Ibiza, Tânger, Djerba, Monastir, Alicante, Boa Vista e Caracas. “Com o relançamento da Boa Vista, a TAP Air Portugal retoma as operações para todos os aeroportos internacionais em Cabo Verde, e com o relançamento de Caracas, a operação em todos os destinos de longo curso está agora restaurada”.

A respeito da frota operacional, durante o trimestre, a TAP registou um aumento líquido de três aeronaves para 96. “A 30 de junho de 2022, 66% da frota operacional de médio e longo curso consistia em aeronaves da família NEO (em comparação com 63% em 30 de junho de 2021 e 27% em 30 de junho de 2019)”.