Livre. Demissão de Marta Temido mostra reflete “sinais de disfuncionamento e degradação do SNS”

Para o partido liderado por Rui Tavares “sem uma ação decisiva na defesa do SNS e sem um Governo com a coragem de tomar medidas que invertam a situação crónica de suborçamentação de que padece, quem quer que venha a suceder a Marta Temido poderá não vir a ser senão um gestor do declínio do…

Para o Livre, a demissão de Marta Temido mostra a "manifesta a incapacidade de fazer face aos muitos sinais de disfuncionamento e degradação do Serviço Nacional de Saúde, pode ser entendida como uma desistência quando aquilo de que precisamos é de ação", disse em comunicado.

O partido liderado por Rui Tavares lembra que esta saída surge na mesma noite em que foi divulgado mais um caso que gera preocupação em todos, com o falecimento de uma mulher grávida, em Lisboa, depois de ter sido transferida de hospital por falta de vagas. "O LIVRE manifesta a sua consternação com esta situação e apresenta as suas condolências à família".

E garante que "sem uma ação decisiva na defesa do SNS e sem um Governo com a coragem de tomar medidas que invertam a situação crónica de suborçamentação de que padece, quem quer que venha a suceder a Marta Temido poderá não vir a ser senão um gestor do declínio do SNS. Perante um cenário tão grave, exige-se do Primeiro-ministro sinais claros de apoio político a medidas estruturais de defesa do SNS e ao ministro das Finanças garantias de que o próximo Orçamento Geral do Estado incluirá o necessário respaldo a essas medidas".

O Livre considera que as medidas que já apresentou para o SNS assumem agora um caráter de urgência. "Perante a escassez de profissionais de saúde a servir as necessidades dos utentes do SNS de forma estável e sem falhas é necessário dar já início ao programa Regressar Saúde, que o LIVRE fez aprovar na AR, e que tem por objetivo recuperar médicos e enfermeiros que Portugal já formou e que com as condições adequadas quererão regressar ao país. É também necessário dar marcos de progressão claros e fazer um investimento forte no apoio à formação dos profissionais de saúde para que, aqueles que estão a caminho de completarem os seus estudos, optem em primeiro lugar pelo SNS".

Acrescentando ainda que "é evidentemente necessário reforçar o vínculo dos profissionais de saúde ao SNS com as condições compatíveis para que estes possam consagrar as suas carreiras em plenitude e exclusividade ao SNS. Mas não podemos continuar sem saber qual o reforço de meios necessários para atingir esse objetivo. O LIVRE já apresentou e voltará a apresentar uma proposta que visa acabar com a situação de concorrência desleal e assimetria de informação que atinge e prejudica gravosamente o SNS, impondo  aos privados na saúde obrigações de reporte de informação equivalentes às que o SNS já tem, incluindo os dados globais de remunerações de profissionais de saúde. A situação do recurso recorrente a tarefeiros que saem muito mais caros ao SNS sem as vantagens que a imprescindível estabilização de equipas permitiria assegurar é o sinal manifesto de que há um problema estrutural que é preciso corrigir".