Portway ameaçou colaboradores, diz sindicato

SINTAC fala num comunicado interno onde a Portway “a ameaça a este Sindicato e aos trabalhadores que fizeram greve nos dias 26, 27 e 28 de agosto está presente”.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) acusa a Portway de ter ameaçado o sindicato e os trabalhadores que fizeram greve nos dias 26, 27 e 28 de agosto através de um comunicado interno. “No documento, a empresa faz uma ameaça velada ao SINTAC, revelando a sua clara agenda escondida – que já se constava há bastante tempo – que passa por despedimentos, mais uma vez encapotados, situação que já não é virgem nesta empresa”, acusa o SINTAC acrescentando ser “notório que a Portway está a tentar aproveitar-se desta situação, levando-nos a questionar quem de facto desejou esta greve”.

E acrescenta que, na sua opinião, esta é “a prova do quão arrogante e prepotente é a Portway, ao não aceitar as regras democráticas, tais como os direitos constitucionais e o direito à greve”.

O sindicato diz que continuam a existir problemas como a ausência das progressões salariais e o não pagamento de trabalho em feriado, ou os prémios atribuídos às chefias. “E não podemos deixar de sublinhar que os 11% de massa salarial que a empresa afirma ter feito desde 2019, correspondem à progressão de um número muito reduzido de trabalhadores. Mas, tal como evidenciado acima, os prémios atribuídos por esta empresa somente às chefias trouxeram ainda mais descontentamento e revolta no seio dos trabalhadores da Portway”, lê-se ainda na nota, que finaliza: “Perante todo este cenário, facilmente concluímos que a greve foi um ato desejado e provocado pela Portway”.

Recorde-se que nos três dias em que os trabalhadores da Portway estiveram em greve, foram cancelados cerca de duas centenas de voos em Lisboa e Porto. 
Na base desta paralisação esteve,  uma política de “confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do acordo de empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações”.

Acusações rejeitadas pela empresa de handling ao garantir que “cumpre com toda a legislação e regulamentação aplicáveis”, incluindo os acordos de empresa em vigor e os direitos laborais”, lembrando que fez atualizações remuneratórias de 11% desde 2019 e pagando feriados com um acréscimo de 150% face ao valor/hora.