Ativista Francisca de Magalhães Barros não desiste de lutar contra a fome e tem apoio de atletas olímpicos

Personalidades como Pedro Pichardo ou Telma Monteiro juntaram-se à também cronista e pintora.

"Apesar de estar extremamente cansada de lutar por uma campanha que é de todos, como estamos a ver, artistas e atletas juntam-se a esta causa para tentar ajudar a UNICEF a chegar mais longe", começa por dizer a ativista dos direitos humanos Francisca de Magalhães Barros, ao Nascer do SOL. "Deve ter sido das campanhas nas quais mais me custou pegar. Pelo impacto, pelo estudo que se faz sobre o nível de desigualdade in loco e por estar a ser difícil de alcançar a meta em comparação com a movimentação de fundos para a Ucrânia. No entanto, não tenciono desistir", garante a também pintora e cronista que se dedica maioritariamente à defesa dos direitos das mulheres e crianças.

"É necessário dizer que comecei por contactar, ao nível dos atletas, o campeão do mundo na sua modalidade e a sua mulher, o canoísta José Leonel Ramalho e a sua mulher Rita, que conhecia o meu trabalho, e foram impecáveis neste novo processo de falar com os restantes atletas", observa Francisca. "A seguir, a disponibilidade da judoca Telma Monteiro foi imediata! Apenas tenho de agradecer a todos: Pedro Pichardo, Telma Monteiro, José Leonel Ramalho, Bárbara Timo, Rodrigo Lopes, Fernando Pimenta, Madjer, Diogo Calado, Joana Cabecinha e Carolina Silva", destaca, referindo-se às personalidades que estão a auxiliá-la no âmbito da campanha "Alerta Fome!" da UNICEF.

No entanto, como o Nascer do SOL já havia noticiado durante o mês de agosto, artistas como Nuno Markl, Carolina Deslandes, Melânia Gomes, Sofia Arruda, Sónia Tavares, Marisa Liz, Tânia Ribas de Oliveira, João Leote, Carlão, Raul Manarte, Joana Alegre ou Irma foram algumas das caras conhecidas do grande público que não hesitaram em tentar captar a atenção dos portugueses para que "duas ferramentas simples e acessíveis" – a régua MUAC (Mid Upper Arm Circumference), que permite diagnosticar o estado da subnutrição nas crianças e o alimento Terapêutico Pronto a Usar – sejam adquiridas com o montante que for alcançado. A título de exemplo, na área dos donativos dedicada a esta campanha, no seu site oficial, a UNICEF esclarece que 55 euros correspondem a 180 saquetas do alimento terapêutico.

"O relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2022, lançado pela ONU nesta quarta-feira, aponta que o número de pessoas afetadas pela fome em todo o mundo subiu para 828 milhões em 2021, uma alta de cerca de 46 milhões desde 2020 e 150 milhões desde o início da pandemia de covid-19", foi divulgado pela ONU no início do mês de julho, sendo que, de acordo com os dados apurados, a proporção de pessoas afetadas pela fome estava "praticamente inalterada desde 2015, próxima de 8% da população global", porém, "com a crise de saúde e a guerra na Ucrânia, o número saltou nos últimos anos e agora já afeta 9,8% das pessoas no mundo".

Até ao final da noite desta sexta-feira, haviam sido angariados 7116,04eur. dos 15 mil estipulados. Para apoiar esta causa, clique aqui