Energia. União Europeia vai “acelerar o caminho para a independência energética”

Posição surge depois de a Gazprom ter suspendido o fornecimento de gás. Rússia recusa acusações e diz que o preço do gás pode subir mais.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, garantiu este fim de semana que a União Europeia (UE) vai “acelerar o seu caminho para a independência energética”, garantindo não ter ficado surpreendido com a suspensão do fluxo de gás da Rússia. “A utilização de gás como arma não irá alterar a determinação da União Europeia. Vamos acelerar o nosso caminho para a independência energética”, escreveu no seu perfil no Twitter. E acrescenta que o dever da UE é “proteger os seus cidadãos e apoiar a liberdade da Ucrânia”.

Esta posição surge depois de  empresa estatal russa Gazprom ter anunciado que tinha suspendido completamente o fluxo de gás através do gasoduto Nord Stream, devido a uma fuga de petróleo detetada durante a manutenção da única estação compressora ainda em funcionamento.

Rússia defende-se Entretanto, a Rússia garantiu que este corte é resultado das sanções e ações ocidentais e alertou que os preços do gás podem subir ainda mais.

A opinião foi dada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, e pelo vice-primeiro-ministro Alexander Novak, responsável pelas questões energéticas no programa Moscovo.Kremlin.Putin do canal de televisão público Rossía-1, onde garantiram que que a suspensão indefinida do fornecimento de gás através do Nord Stream não é responsabilidade da Gazprom.

No entanto, a União Europeia não acreditou nesta justificação, levando a Rússia a defender-se. “A Gazprom conquistou a sua reputação como garante confiável de segurança energética e fornecedora de confiança durante muitas décadas. E estamos convencidos de que a Gazprom não deu um único passo que abale essa reputação”, disse Peskov. E acrescentou: “Se os europeus tomarem uma decisão absolutamente absurda de se recusarem a reparar o seu equipamento, ou melhor, o equipamento que pertence à Gazprom, mas que, segundo o contrato, devem reparar, não é culpa da Gazprom, é culpa dos políticos que tomaram a decisão sobre as sanções”, acrescentou, atirando críticas de que “são esses políticos infelizes que agora estão a obrigar os seus cidadãos a morrer de derrames cerebrais quando veem as faturas de eletricidade”.

E deixou o alerta: “E agora, quando estiver mais frio, a situação piorará ainda mais”.

Já Alexander Novak disse que “foram completamente violadas todas as condições do contrato de reparação” e “violadas as condições de transporte deste equipamento”.

“Tanto o Canadá quanto a União Europeia impuseram sanções sobre equipamentos importantes, pelo que devem alinhar [as suas ações] com os termos do contrato para que esse equipamento realmente continue realmente a funcionar”, disse.

Também o vice-presidente falou em aumento de preços: “A política míope leva à situação a que estamos a assistir de um colapso nos mercados de energia da Europa. E este não é o limite, porque ainda estamos na estação quente, ainda temos o inverno pela frente e há muitas coisas imprevisíveis".