Chega pede audição urgente de Pedro Nuno Santos para explicar privatização da TAP

Para o partido liderado por André Ventura, a privatização da companhia aérea “contraria de forma grosseira tudo o que foi defendido pelos socialistas”.

O Chega pediu, esta sexta-feira, uma audição urgente do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na Assembleia da República para explicar a “posição do Governo” sobre a possível privatização da TAP.

"Por forma a esclarecer qual é, afinal, a posição do Governo sobre esta matéria, e ao abrigo das disposições legais e regimentais aplicáveis, o Grupo Parlamentar do partido Chega vem requerer a audição urgente da exmo. sr. ministro das Infraestruturas e da Habitação", lê-se no requerimento, citado pela agência Lusa.

Para o partido liderado por André Ventura, a privatização da companhia aérea "contraria de forma grosseira tudo o que foi defendido pelos socialistas".

"Convém recordar que a reversão da privatização da TAP foi uma das grandes bandeiras do primeiro governo de António Costa, sob o argumento de que a TAP era estratégica para o país e que, por essa razão, deveria ficar no Estado", argumentou, ao recordar as “duras críticas do Tribunal de Contas, que afirmou não ser eficiente e onerou os contribuintes em vários milhões de euros".

Segundo o Chega, "desde a reprivatização, os portugueses já gastaram mais de 3 mil milhões de euros na companhia aérea".

O requerimento, endereçado ao presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, também citava uma notícia do semanário Expresso, na qual é avançado o plano do Governo vender ainda este ano pelo menos 50% da TAP e concluir o negócio no início do próximo ano.

Contudo, há quem aponte que o Governo terá já em curso a venda de quase totalidade da companhia aérea, indicou o mesmo jornal sem referir fontes.

Recorde-se que na campanha das eleições legislativas de janeiro, num debate com o então líder do PSD, Rui Rio, o primeiro-ministro António Costa afirmou: "a companhia estará em condições de, assim que possível, podermos alienar 50% do capital e há, felizmente, já outras companhias interessadas em adquirir".

Nos últimos meses, segundo o Expresso, têm decorrido conversas entre o Executivo, os assessores financeiros e as companhias aéreas candidatas. As favoritas na corrida são, alegadamente, a Lufthansa e o grupo Air France-KLM.