Partido de extrema-direita sueco é o segundo mais votado nas eleições

Democratas da Suécia tornaram-se a segunda maior força política do país escandinavo.

Apesar do Partido Social Democrata, da primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, ter obtido o maior número de votos nas eleições parlamentares deste domingo, com 29,3% dos votos, de acordo com uma sondagem da televisão pública sueca STV, os grandes vencedores das eleições no país escandinavo foi o partido de extrema-direita, Democratas da Suécia (SD), dirigido por Jimmie Akesson, com 20,7% dos votos, que tornam esta a segunda maior força política do país. 

A emergência deste partido de extrema-direita mostra uma mudança de poder sísmica na política sueca, com um partido desta configuração a adquirir pela primeira vez tanta influência no Governo do país, conhecido pelas suas tradições liberais.

O SD surgiu do movimento neonazi da Suécia em meados da década de 1990 e ainda enfrenta acusações de extremismo. 

Este partido era tratado como uma “pária” pela oposição, mas há três anos, o partido moderado (de centro-direita) abraçou a cooperação com a extrema-direita.

Os democratas têm vindo a aumentar a sua votação nas últimas nove eleições gerais. No passado, os outros três partidos do bloco de direita não convidaram os extremistas para entrar no Governo. Conduto, esta nova posição de vantagem do SD, como o maior partido de direita, coloca-os numa posição forte para que os seus líderes possam exigir um cargo ministerial.

“O SD é atualmente, de longe, o maior partido do mundo com raízes nazis”, disse o professor de estudos interculturais na Universidade de Karlstad e um ativista antirracista, Tobias Hübinette, ao Guardian. “Mesmo que o partido condene oficialmente as suas origens ideológicas raciais, esse pano de fundo ainda está presente no sentido de que o SD ainda se vê como a única força política que pode salvar a população majoritária branca sueca nativa.”

Os sociais-democratas melhoram os seus resultados em um ponto em comparação com as últimas eleições, enquanto os democratas suecos aumentariam em três pontos, tornando-se o maior partido de direita da Suécia, e os moderados cairiam um ponto.

No entanto, o bloco liderado pelo chefe do Partido Moderado (conservador) Ulf Kristersson aproxima-se de uma maioria absoluta no parlamento sueco (Riksdagen, 349 assentos) de 175 a 176 lugares, contra 173 a 174 para o bloco de esquerda da primeira-ministra social-democrata, de acordo as últimas contagens.