Sporting-Tottenham. Paulinho e o rei Arthur deram xeque mate aos spurs

A equipa de Rúben Amorim confirmou o bom momento com a vitória sobre o Tottenham e garante a liderança do grupo. Já no Dragão, o FC Porto viveu uma noite de pesadelo.

Quando Matheus Nunes – o craque que por pouco não desistiu do futebol para se tornar padeiro – saiu para reforçar o Wolverhampton, muitos sportinguistas anteviram dias cinzentos, com exibições a condizer, em Alvalade. E quando os leões perderam duas vezes consecutivas para o campeonato, primeiro no estádio do Dragão (3-0), depois em casa com o Desportivo de Chaves (0-2), os adeptos chegaram a temer o descalabro. Nos programas de comentário televisivo, já havia quem imaginasse a cabeça de Rúben Amorim a rolar (em sentido figurado, claro).

Mas o futebol é pródigo em surpresas e logo outros talentos começaram a despontar na equipa de Alvalade, como_o holandês St. Juste e Marcus Edwards, além de Trincão, de quem já se esperava muito.

O jogo na Alemanha contra o Eintracht Frankfurt, para a Liga dos Campeões, foi talvez o ponto de viragem. Frente ao cabeça-de-grupo, os leões, que nunca tinham vencido em solo germânico, bateram o adversário por uns categóricos 3-0, com três golos na segunda parte. Depois, no plano doméstico, o clube de Alvalade recebeu o Portimonense, que vinha de quatro vitórias consecutivas, e ganhou por uns indiscutíveis 4-0.

Ontem, novamente a jogar em casa, a equipa de Rúben Amorim tinha um teste difícil, frente ao Tottenham, para a liga milionária. A equipa de Londres atravessa um bom momento:_é segunda classificada da Premier League, em igualdade pontual com o Manchester City e a apenas um ponto do líder Arsenal.

A melhor oportunidade da primeira parte, que terminou com o marcador em branco, pertenceu a Marcus Edwards. Após uma arrancada fabulosa pela ala direita do ataque, em que fez gato-sapato dos jogadores adversários, combinou com Trincão e rematou com pouco ângulo para uma defesa difícil de Lloris.

Num jogo em que o Tottenham raras vezes ameaçou verdadeiramente a baliza de Adán, os golos só surgiram nos minutos finais. Aos 90, Porro ameaçou com um remate colocado que Lloris defendeu para fora. Na cobrança do canto, Paulinho, ao primeiro poste, fez o 1-0 de cabeça.

Ninguém – a não ser quem tinha na memória o jogo recente entre o FC Porto e o Atlético de Madrid – esperava que houvesse tempo para mais um golo. Mas ele apareceu, na sequência de um slalom fantástico de Arthur Gomes, que tirou dois jogadores da frente e rematou para as malhas. Uma estreia de sonho com o leão ao peito para este brasileiro de 24 anos. “Num jogo desta dimensão, no segundo jogo da Champions, é uma espécie de confirmar que estamos preparados para estes momentos”, disse o treinador do Sporting na conferência de imprensa. “Há três semanas havia uma crise no Sporting e tudo estava errado. O que temos de fazer é gozar esta vitória hoje, o jogo até foi mais cedo e eles até se podem divertir um pouco”, rematou Amorim, visivelmente satisfeito.

Com duas vitórias em dois jogos, o Sporting comanda o grupo D. No outro jogo do grupo, o Frankfurt venceu o Marselha, que é último, com zero pontos.

 

Hecatombe no Dragão

Na cidade Invicta, o FC Porto procurava redimir-se da derrota com sabor a injustiça no Wanda Metropolitano, há uma semana. O Club Brugge, campeão belga, parecia uma equipa perfeitamente ao alcance dos azuis e brancos.

Mas o pesadelo para Sérgio Conceção começou a desenhar-se aos 15 minutos, com o golo de Ferran Jutglà. O FC_Porto nunca conseguiu reagir e ficou verdadeiramente atarantado com o 0-2 logo a abrir a segunda parte, por Sowah. O terceiro golo da equipa belga, por Olsen deixou o Dragão de rastos. Nusa fechou a contagem aos 89 minutos, consumando a hecatombe no Dragão: 0-4.

Habitualmente a equipa portuguesa mais consistente nas competições europeias, o FC Porto encontra-se em último lugar do grupo B, com zero pontos, um golo marcado e seis sofridos. O Brugge, surpreendentemente, lidera a tabela, com seis pontos (dois jogos, duas vitórias).