SEF resgata cidadão que vivia há três meses num navio

Jovem de 20 anos era vítima de tráfico de seres humanos. 

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) resgatou um cidadão estrangeiros de 20 anos que esteve três meses a trabalhar áfico num navio pesqueiro ancorado no porto de Aveiro sem receber qualquer remuneração ou alimentação. 

A informação foi avançada na quinta-feira pela autoridade através de um comunicado divulgado na rede social Facebook, esclarecendo que o cidadão era de origem africana e teria sido "angariado" na costa atlântica daquele continente com promessa de trabalho no navio questão, mediante contrato de trabalho, alimentação e regularização documental à chegada a território nacional.

Contudo, durante os três meses em que trabalhou no barco, "nunca lhe terá sido paga qualquer remuneração, nem lhe foi entregue cópia do contrato de trabalho que alegadamente celebrou", lê-se no comunicado. 

Quando chegou a Portugal, o jovem terá sido abandonado no navio uma vez que, tal como a entidade patronal sabia, "não reunia condições para entrar no país".

O SEF adianta que o cidadão "permaneceu no navio sem dinheiro nem alimentação, continuando a ser-lhe diariamente exigido pela entidade patronal a realização de trabalhos de manutenção da embarcação", tendo, durante este tempo, sobrevivido à custa de donativos por parte de pessoas que trabalhavam na área portuária. 

A autoridade já concedeu entretanto um visto especial ao cidadão, que já foi instalado em segurança numa instituição vocacionada para o apoio a vítimas de tráfico de seres humanos, tendo os factos sido comunicados ao Ministério Público.