Preços “desaceleram ligeiramente”, mas mantêm crescimentos elevados

INE divulgou esta segunda-feira a Síntese Económica de Conjuntura.

Os preços continuam a manter crescimentos elevados, apesar de terem desacelerado “ligeiramente” no passado mês de agosto. Esta é a conclusão dos mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta segunda-feira.

Assim, segundo o gabinete de estatística, o índice de preços na produção da indústria transformadora apresentou, nesse mês, uma taxa de variação homóloga de 23,4%, inferior em 2,5 p.p. à observada no mês anterior, quando atingira o crescimento mais elevado da atual série. “Excluindo a componente energética, este índice manteve um crescimento homólogo de 15,4%. O índice relativo aos bens de consumo continuou a acelerar, passando de uma variação homóloga de 13,2%, em julho, para 13,8% em agosto”, refere o INE.

E acrescenta que “refletindo em grande medida este aumento de preços, os indicadores de curto prazo da atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis até julho de 2022, continuaram a revelar crescimentos elevados em termos nominais” numa altura em que o índice de volume de negócios na indústria apresentou um crescimento homólogo de 24,3%.

Já no que diz respeito ao Índice de Preços no Consumidor (IPC), a variação homóloga foi 8,9% em agosto, uma taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior.

Diz o gabinete de estatística, o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) “manteve a tendência de subida dos meses anteriores, registando uma variação de 6,5% (6,2% em julho)”. Na vertente externa, “continuou a verificar-se um aumento mais expressivo dos preços implícitos das importações de bens comparativamente às exportações, traduzindo perdas dos termos de troca, contribuindo para a deterioração do saldo externo de bens”.

Em agosto, detalha o INE, as vendas de automóveis ligeiros de passageiros registaram uma variação homóloga de 42,4%, acelerando face ao aumento de 17,7% no mês anterior. “O montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA apresentou um crescimento homólogo de 17,1% em agosto”, detalha o gabinete de estatística.

No que diz ao desemprego, as estimativas provisórias mensais do Inquérito ao Emprego, revelam que a taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi 5,9% em julho, menos 0,1 p.p. que no mês anterior. Já a taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou-se em 11,5%, menos 0,1 p.p. que em junho. Nesse mês, a população empregada (16 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, diminuiu 0,1% face ao mês anterior e aumentou 0,9% em termos homólogos.

O INE avança também que, com a informação disponível para setembro – referente aos primeiros 14 dias – o preço médio do petróleo (Brent) fixou-se em 91,3 euros, “o que representa uma diminuição de 7,9% face ao valor médio de agosto que, por sua vez, tinha já diminuído 5,3% relativamente ao valor médio de julho, embora as variações homólogas tenham persistido em níveis muito elevados”.