Economia acumula défice externo de 2778 milhões até julho

O aumento do défice da balança de bens, para 1671 milhões reflete um crescimento das importações superior ao das exportações em relação a julho de 2021, de 28,4% e 27,6%, respetivamente. 

Portugal registou um défice externo de 2778 milhões até julho, o que compara com um défice de 275 milhões em igual período de 2021, divulgou o Banco de Portugal (BdP). O aumento do défice da balança de bens, para 1671 milhões reflete um crescimento das importações superior ao das exportações em relação a julho de 2021, de 28,4% e 27,6%, respetivamente. 

No que se refere às exportações e às importações de serviços, aumentaram, respetivamente, 83% e 33,5% relativamente a julho de 2021, tendo contribuído para esta evolução, "em particular, as rubricas de viagens e turismo e de transporte aéreo", referiu o regulador da banca.

As exportações e as importações de viagens e turismo cresceram, em termos homólogos, respetivamente 144,7% e 57,1%, permitindo que o excedente desta rubrica aumentasse 1.415 milhões de euros, para 2.122 milhões de euros.

"Os valores registados na rubrica de viagens e turismo — nas exportações, nas importações e no saldo — são os mais elevados num mês de julho em toda a série", realçou o BdP.

Em julho, o excedente da balança de rendimento primário subiu 666 milhões de euros, em termos homólogos, "refletindo o crescimento do pagamento, por parte de entidades residentes, de rendimentos de investimento sob a forma de dividendos a investidores não residentes".

Quanto ao excedente da balança de rendimento secundário, aumentou em 89 milhões de euros.

No acumulado até julho, em termos homólogos, o saldo da balança financeira foi negativo em 1.600 milhões de euros, "refletindo um aumento dos passivos perante o exterior (7,5 mil milhões de euros) superior ao incremento dos ativos (5,9 mil milhões de euros)".

A variação registada nos passivos justifica-se por aumentos relacionados com o investimento de não residentes em dívida pública portuguesa e em títulos de dívida emitidos por sociedades não financeiras, pelo crescimento do investimento direto do exterior em Portugal, sobretudo em imobiliário, e pelas reduções dos passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema.