Carris: 150 anos de orgulho

O nosso maior desígnio é o de contribuir ativamente para retirar cada vez mais carros das ruas da cidade, contribuindo decisivamente para a descarbonização, um processo fundamental para a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida das populações

Pedro de Brito Bogas, Presidente do Conselho de Administração da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, EM, SA

A Companhia Carris de Ferro de Lisboa, popularmente conhecida como CARRIS, foi fundada no a 18 de setembro de 1872. Poucas empresas, em Portugal e no mundo, se podem orgulhar de tamanha longevidade, ainda para mais com o sucesso, a notoriedade e o prestígio alcançados pela CARRIS durante os seus 150 anos de história!

Esta história de sucesso e resiliência, em que muitos desafios e dificuldades foram sucessivamente vencidos, assenta em diversos fatores, de que cumpre, porém, destacar, desde logo, dois: por um lado, o profissionalismo, a dedicação e o empenho que milhares de trabalhadores devotaram à empresa, mesmo, por vezes, em circunstâncias particularmente difíceis, como ainda recentemente ocorreu durante a pandemia de covid-19. Por outro lado, a visão, a modernidade e a capacidade de inovação com que a CARRIS sempre soube nortear a sua atividade ao longo deste século e meio de vida.

Com efeito, a CARRIS soube antecipar-se e ajustar-se da melhor forma às profundas mudanças que a promoção de uma mobilidade cada vez mais eficiente e ambientalmente mais sustentável reclamava.     

Em 1901, ou seja, muitas décadas antes das preocupações ambientais fazerem parte da agenda social, de conceitos como ‘sustentabilidade ambiental’, ‘descarbonização’ ou ‘transição climática’ serem sequer formulados, já a CARRIS prestava o seu serviço público em veículos elétricos. Nos anos 40 do século passado, quando a rápida expansão da cidade obrigava a adoção de um modo de transporte mais flexível e capilar, a CARRIS não hesitou em introduzir os autocarros na sua operação, impondo-se desta forma como a operadora, por excelência, do transporte coletivo de passageiros à superfície na cidade de Lisboa.  E, quando a consciência ambiental despertou no final do último século, a CARRIS apressou-se a reforçar a aposta no modo elétrico, com a aquisição dos novos e inovadores elétricos articulados, e a renovar a sua frota de autocarros com a introdução dos primeiros veículos com propulsão a energias limpas.   

A CARRIS foi também uma empresa precursora ao nível da responsabilidade social promovendo, desde cedo, um conjunto de iniciativas integradoras dos seus trabalhadores, capazes de fomentar uma forte cultura de empresa, que tem sido sempre apanágio da empresa (de que são exemplo, a criação da Banda de Música, do Grupo Desportivo e Recreativo e do Museu), não fosse a CARRIS do tempo em que as empresas, mais do que meras sociedades comerciais, eram autênticas –Companhias (como ainda hoje a firma da empresa o denuncia).

A ligação da CARRIS, hoje municipalizada, à cidade de Lisboa, foi sendo construída e fortalecida ao longo destes 150 anos, a ponto da sua atividade se ter tornado um dos ícones culturais mais celebrados da cidade, como tão bem o ilustra o elétrico ‘28’.

A CARRIS é uma empresa naturalmente orgulhosa do seu passado, mas totalmente focada no futuro, na verdade, a CARRIS é a mobilidade urbana inteligente do futuro!

O nosso maior desígnio, assumido e quotidianamente prosseguido, é o de contribuir ativamente para retirar cada vez mais carros das ruas da cidade, contribuindo decisivamente para a descarbonização, um processo fundamental para a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida das populações.

Neste sentido, introduzimos os passes gratuitos, para jovens e maiores de 65, o que naturalmente constitui um enorme incentivo à adesão ao transporte público.

Ainda neste mesmo sentido, a CARRIS tem vindo a proceder a um profundíssimo processo de renovação e de ampliação da frota de autocarros, com a aquisição de veículos movidos a energias ‘limpas’ (gás e elétricos) dotados de um melhor desempenho ambiental. Em breve, quase 50% da frota da CARRIS será composta por autocarros ‘amigos do ambiente’ (sendo que o objetivo fixado é o de, no final do ano de 2025, a frota ‘verde’ atingir os 70%).
Em suma, 150 anos e ainda agora começámos!