Pelo menos 11 pessoas morreram nos protestos no Irão após a morte de Mahsa Amini

As redes sociais no país encontram-se bloqueadas após vários dias de protestos, na sequência da morte, às mãos das autoridades, de uma jovem, que não estaria com o hijab bem colocado.

Em seis dias de protestos no Irão, causados pela morte de uma jovem detida pela polícia, morreram pelo menos 11 pessoas e as redes sociais encontram-se bloqueadas, anunciou esta quinta-feira a imprensa local. As ligações à internet foram restringidas e as autoridades bloquearam o acesso às redes sociais Instagram e WhatsApp.

As agências de notícias dão conta da morte de sete manifestantes e quatro membros das forças de segurança, na sequência da morte de Mahsa Amini, de 22 anos, originária do Curdistão (noroeste), que foi detida pela polícia da moralidade em 13 de setembro em Teerão, por "vestir roupas inadequadas".

Ativistas afirmam que Amini foi morta com tiros na cabeça, mas as autoridades negam, dizendo que Mahsa Amini morreu de ataque cardíaco e que não foi maltratada. Naquele país, as mulheres devem cobrir os seus cabelos e não é permitido usar roupas curtas ou apertadas, entre outras proibições.

As manifestações foram desencadeadas imediatamente após o anúncio da morte de Amini, no hospital a 16 de setembro, com protestos a decorrerem em pelo menos 15 cidades.

A Amnistia Internacional (AI) já denunciou "o uso ilegal de tiros com esferas de aço, gás lacrimogéneo, canhões de água e bastões para dispersar os manifestantes", e o caso está a ser notícia no mundo inteiro. O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, disse na quarta-feira estar solidário com as "corajosas mulheres do Irão".