Chega volta a não conseguir eleger vice da AR

Montenegro e Miranda Sarmento não conseguiram convencer maioria da bancada social-democrata.

O Chega falhou pela terceira vez a eleição do vice-presidente da Assembleia da República. O nome de Rui Paulo Sousa foi rejeitado pela maioria dos deputados. Ao que o Nascer do SOL apurou, o candidato do Chega teve apenas 64 votos favoráveis e 137 votos brancos, o que significa que, dos 78 deputados do PSD, no máximo só 52 acataram o apelo do líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento.

Esta quinta-feira de manhã o presidente do grupo parlamentar do PSD enviou uma mensagem aos deputados a apelar ao voto no deputado do Chega. Este apelo aos deputados foi concertado com o líder do PSD, Luís Montenegro, tendo o próprio assumido que deu esta indicação em nome da "normalidade política das instituições", apesar de na primeira votação, ainda com Rui Rio na liderança do partido e com Paulo Mota Pinto a dirigir a bancada parlamentar, os sociais-democratas terem contribuído para a rejeição de Diogo Pacheco Amorim e Gabriel Mithá Ribeiro, os dois nomes que o Chega propôs no início da legislatura.

Antes do inicio da votação esta quinta-feira, o presidente do Chega agradeceu ao PSD o gesto e, em declarações aos jornalistas, antes da votação, na Assembleia da República, declarou que tem existido um trabalho de aproximação com o PSD para que possa haver uma alternativa de direita. 

"É evidente que esta normalização era o caminho que Rui Rio nunca aceitou fazer e era o caminho que tinha de ser feito para que se possa haver aquilo se chama, minimamente, uma alternativa", sublinhou André Ventura.

A posição do PSD foi entendida pelo líder do Chega como um sinal de que "Montenegro está a ter uma atitude diferente", contrariando aquela que tinha sido a indicação dada no início da legislatura por Rui Rio, que deu liberdade de voto aos deputados na eleição dos lugares na Mesa do Parlamento.