S. Tomé e Príncipe. Trovoada reivindica vitória com maioria absoluta

Mas o MLSTP/PSD, no poder em São Tomé e Príncipe, rejeitou qualquer “declaração de vitória com maioria absoluta”.

O antigo primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada (Ação Democrática Independente, oposição), reivindicou vitória esta segunda-feira, com 30 deputados (maioria absoluta), nas eleições legislativas, anunciado que irá chefiar o próximo Governo.

“Reivindicamos a vitória nas eleições legislativas, com maioria absoluta, totalizando 30 mandatos, 30 deputados, com 54,55% dos votos”, disse na sede do partido na capital são-tomense. “Conforme prometido, com uma maioria absoluta, eu assumirei as funções e as responsabilidades de primeiro-ministro e de chefia do próximo Governo”, acrescentou Patrice Trovoada, recebendo vários aplausos dos militantes presentes.

No entanto, o MLSTP/PSD, no poder em São Tomé e Príncipe, rejeitou qualquer “declaração de vitória com maioria absoluta” nas legislativas deste domingo, pedindo à população que aguarde serenamente os resultados oficiais. “Refutar qualquer tipo de manifestação ou declaração de vitória com maioria absoluta, na medida em que ainda não dispomos de todos os dados oficiais ou de quaisquer dados oficiais da Comissão Eleitoral Nacional [CEN]”, disse Gabdulo Quaresma, vice-presidente e diretor de campanha do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD).

E acrescentou que os dados apurados pelo partido “apontam para um resultado de 22 a 24 deputados para o MLSTP, cerca de seis para o movimento de Caué [Movimento de Cidadãos Independentes/Partido de Unidade Nacional] e cerca de dois a três para o Basta”.

Números Cerca de 123 mil eleitores em São Tomé e Príncipe votaram este domingo nas eleições legislativas, locais e regionais, com os eleitores da diáspora a eleger pela primeira vez dois deputados para a Europa e África.
Nas duas ilhas que compõem o país, existiam 309 assembleias de voto para 123301 eleitores.

No total, 11 partidos e movimentos, incluindo uma coligação, concorreram aos 55 lugares na Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, mas a disputa pela próxima liderança do Governo fez-se essencialmente entre o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, no poder), liderado pelo atual primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, e Ação Democrática Independente (ADI, oposição), liderada pelo ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada.

Na prática, esta foi a primeira vez que os cidadãos residentes em 10 países da Europa e África elegeram um deputado por cada círculo. Os restantes 53 deputados são escolhidos pelos seis distritos da ilha de São Tomé e pela região do Príncipe.

Os eleitores são-tomenses tiveramtambém de escolher os próximos presidentes das autarquias e o Governo Regional do Príncipe.

Estas eleições são acompanhadas por mais de 100 observadores internacionais, nomeadamente da União Europeia, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral dos Países de Língua Portuguesa (ROJAE-CPLP) e das embaixadas do Reino Unido e dos Estados Unidos da América.