Governo apresenta atualização salarial da função pública

Reunião vai decorrer na próxima segunda-feira e sindicatos esperam aumentos salariais.

O Governo vai apresentar, na próxima segunda-feira, a atualização salarial da função pública. Pelo menos é isso que está na ordem de trabalhos da reunião com ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires: “apresentação das medidas que integram a atualização salarial anual”.

Se acontecerá ou não, ainda não está inteiramente definido mas é isso que se espera. “Esperemos que seja apresentada uma proposta de aumentos salariais que reponha o poder de compra perdido em 2022, tendo em conta a inflação verificada, já que esse foi o critério utilizado pelo Governo até agora”, disse à Lusa o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (Fesap), José Abraão, acrescentando que segundo o Conselho das Finanças Públicas, a inflação deverá atingir os 7,7% em 2022.

Além disso, a Fesap vai ainda propor um aumento do subsídio de refeição para seis euros, contra os atuais 4,77 euros, exigindo também a não aplicação do salário mínimo nacional à função pública, reivindicando uma remuneração mínima no Estado de pelo menos 775 euros para os assistentes operacionais.

Já a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, disse à Lusa que se espera que a proposta do Governo de atualização salarial para 2023 “tenha em conta o interesse dos trabalhadores e que seja mais do que a inflação”.

E também a CGTP defende aumentos salariais de 10% para todos os trabalhadores em 2023 e um mínimo de 100 euros de aumento por trabalhador.

Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, afirmou recentemente que o Governo está a trabalhar com um referencial de inflação em 2022 de 7,4%, rejeitando, no entanto, um aumento dos salários da administração pública da mesma proporção.

À TVI, o primeiro-ministro disse que o valor final será decidido no âmbito da negociação coletiva. “Não vão com certeza ser aumentados 7,4%”, assegurou António Costa.