Ex-jogador do Everton chamado a combater pela Rússia na Ucrânia

Pai do antigo jogador diz que filho fez serviço militar há 19 anos, mas que nunca serviu e fala em inconsistência com a lei.

Diniyar Bilyaletdinov, antigo jogador da seleção russa e da equipa inglesa do Everton, foi convocado para combater na guerra na Ucrânia, no âmbito da mobilização parcial anunciada, recentemente, por Vladimir Puttin.

A informação foi confirmada pelo pai do ex-jogador, que adiantou que o filho recebeu uma convocatória do gabinete russo de registo e alistamento militar.

“Diniyar recebeu realmente uma notificação. É difícil falar de emoções, porque ele não serviu, embora tenha feito o serviço militar, mas foi num regime específico desportivo. Isso foi há 19 anos. Ou seja, sim, ele fez o juramento, mas serviu na linha desportiva", contou o pai do atleta, que além da seleção russa e do Everton, também representou o Lokomotiv de Moscovo e o Spartak de Moscovo, antes de abandonar a carreira futebolística como profissional em 2018.

O pai diz ainda que a convocatória do filho não respeita a lei em vigor no país e que a notificação foi processada incorretamente.

“A lei diz para convocar pessoas até aos 35 anos e ele tem 37, há, por isso, algum tipo de inconsistência. Agora será apurado se esta agenda está correta ou se foi enviada antecipadamente. Nada pode acontecer. Se houvesse uma mobilização geral, não havia qualquer questão. Mas neste caso, o Presidente decidiu-se por uma mobilização parcial e tudo deve ser feito conforme a lei", sublinhou.

Recorde-se que a mobilização, que diz respeito a cerca de 300 mil reservistas, tem gerado revolta no país e deu origem à saída do território russo de milhares de homens em idade de combate.

A decisão levou também a vários protestos no país contra o Kremlin, nos quais foram detidas mais de mil pessoas.