Função Pública. Sindicatos desiludidos com aumentos salariais propostos pelo Governo

Estruturas sindicais lembram que valor fica aquém da inflação.

 Governo propôs aos sindicatos da administração pública aumentos salariais entre 8% e 2%, com garantia de um mínimo de cerca de 52 euros por ano até 2026. As contas são da ministra da Presidência e diz que “através deste mecanismo de atualização salarial, os salários da administração pública subirão, em média, 3,6% durante o próximo ano”. De acordo com Mariana da Silva, “através deste mecanismo de atualização salarial, os salários da administração pública subirão, em média, 3,6% durante o próximo ano”.

Este novo mecanismo de atualização é plurianual, sendo válido até 2026 o que, segundo a governante, “confere alguma previsibilidade aos aumentos salariais ao longo dos quatro anos” da legislatura, embora possam ocorrer algumas revisões a cada ano, consoante a realidade económica e financeira do país”. No entanto, garantiu que nenhum funcionário público terá um aumento inferior a 208 euros no total dos quatro anos.

A presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos (STE) diz que ainda irá analisar os números, mas garante “que o Governo conseguiria fazer melhor”, lembrando que a estrutura sindical reivindicava subidas gerais de 7%.

De acordo com Maria Helena Rodrigues, “o Governo apresentou uma proposta que não tem em conta o valor da inflação”, considerando que o Executivo tem “neste momento tem recursos e possibilidade de o fazer”. E vai mais longe: “O Governo apresentou-nos uma proposta que não tem em conta os valores da inflação. Não é igual para todos os trabalhadores. É diferente consoante as remunerações recebidas. Há claramente uma perda de poder de compra”. 

Também José Abraão, secretário-geral da Fesap, diz que proposta “é insuficiente porque vai criar condições para que os anos seguintes possam vir a ser objeto de perda de poder de compra”. Mesmo assim, a proposta, que ainda será alvo de avaliação, “também tem aspetos valorizáveis”.

Por outro lado, Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, considera que o Governo apresenta uma “proposta de atualização salarial que fica muito aquém daquilo que é a inflação média até para este ano”, acrescentando que “continua a ser uma proposta de empobrecimento”.