Marcelo Rebelo de Sousa diz que a democracia “depende de nós” para avançar ou recuar

“Sabemos como erros, omissões, incompetências, ineficácias da democracia a fragilizam e a matam. Sabemos como começam as ditaduras, o que são e o que duram, e como é difícil recriar a democracia depois delas”, apontou o Presidente da República. 

Marcelo Rebelo de Sousa diz que a democracia “depende de nós” para avançar ou recuar

O Presidente da República realçou, esta quarta-feira, que a democracia “depende de nós” para avançar ou recuar, no momento em que Portugal deve recordar “as lições de 1922” para, por exemplo, prevenir o perigo das ditaduras.

Num discurso na cerimónia comemorativa dos 112 anos da Implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa falou dos governos que "tendem quase sempre a ver-se como eternos" e das oposições "quase sempre a exasperarem-se pela espera", notando que “nada é eterno” e que “a democracia é por natureza o domínio da alternativa, própria ou alheia".

"Sabemos como erros, omissões, incompetências, ineficácias da democracia a fragilizam e a matam. Sabemos como começam as ditaduras, o que são e o que duram, e como é difícil recriar a democracia depois delas", apontou.

"E porque temos e sabemos hoje o que não tínhamos e sabíamos em 1922, sabemos que existe caminho para todos nós dentro da democracia. E que só depende de nós, mesmo num mundo em pós-pandemia e em guerra, não apenas sermos muito diferentes de Portugal de 1922, mas sermos cada dia que passa melhores do que somos e cada vez melhores no futuro", sublinhou o chefe de Estado.

"É algo que é impossível em ditaduras, onde há verdades únicas e só um ou alguns seus proprietários. É saudável a exigência crítica. Porque em democracia cabe a todos fazê-la avançar, não estagnar ou recuar. Por isso nós em democracia por definição nunca nos resignamos", assinalou.

Na ótica de Marcelo, na democracia “há mais realidades, mais soluções, mais energias de mudança do que aquelas que parecem existir em cada instante", notando ainda que, por coincidência, hoje também é o "dia dos professores, da Educação e do futuro".

"Celebramos a liberdade, celebramos a democracia, celebramos a República. Celebramos três realidades que assim não existiam em 1922. E são as três que nos dão a certeza de que há nunca fim da história. É nossa, de todos nós, a missão de construirmos e reconstruirmos essa história, dia após dia, a pensar nos portugueses", declarou, ao terminar o seu discurso com: "viva a República, viva a democracia, viva a liberdade, viva Portugal".