Um ano, Lisboa e os tempos novos

Não obstante as dificuldades, Carlos Moedas tem vido a conseguir gerir a circunstância de não dispor de uma maioria e, neste primeiro ano, começou a concretizar o seu programa com ações importantes, a afirmação de uma estratégia ambiciosa e, sobretudo, uma atitude mais próxima e mais dialogante com os lisboetas.

Passou um ano desde a grande surpresa das últimas eleições autárquicas com a vitória de Carlos Moedas em Lisboa. Foi um ano de adaptação depois de 14 anos de governação socialista na capital. Um ano de resistência do PS a tomar consciência que já não detém o poder. Mas foi, sobretudo, um ano de confirmação da resolução de problemas que já se arrastavam há demasiado tempo na cidade. Não obstante as resistências à mudança, os Novos Tempos começaram a afirmar-se.

Há um ano, Carlos Moedas, liderando a coligação ‘Novos Tempos’, venceu as eleições autárquicas em Lisboa, contrariando todas as sondagens que asseguravam, ao longo de toda a campanha, a continuidade da maioria socialista. Uma vitória que animou as hostes sociais-democratas e que deixou incrédulos os socialistas.

Apesar da aposta maioritária dos lisboetas nas propostas apresentadas por Carlos Moedas, o novo Presidente da CML não obteve a maioria absoluta e, quer na Câmara, quer na Assembleia Municipal o conjunto dos partidos da oposição obteve, somados mais mandatos. Ou seja, Moedas venceu mas confronta-se com uma oposição de partidos que, concorrendo separados, conjugadamente, conseguem reprovar o que a maioria dos lisboetas sufragou.

O respeito democrático deveria traduzir-se numa oposição que não bloqueasse e, menos ainda, que pretenda impor as propostas que foram preteridas pelos lisboetas. Mas esta é a realidade: o PS não digeriu a derrota e comporta-se como se ainda governasse a Câmara.

Não obstante as dificuldades, Carlos Moedas tem vido a conseguir gerir a circunstância de não dispor de uma maioria e, neste primeiro ano, começou a concretizar o seu programa com ações importantes, a afirmação de uma estratégia ambiciosa e, sobretudo, uma atitude mais próxima e mais dialogante com os lisboetas.

Lisboa precisava de uma visão, de um projeto e de ambição. Modernizar a cidade na gestão, na economia e na participação, tornando a cidade atrativa para empresas tecnológicas capazes de gerar riqueza, assumir compromissos mais ambiciosos na descarbonização e promover a participação cívica, escutando e dialogando com os lisboetas são marcas de Carlos Moedas.

Além da atitude, a nova maioria começou a revelar a vontade de responder aos principais problemas da cidade.

Nas finanças demonstrou a vontade de aliviar os encargos fiscais das famílias aumentando a devolução da parcela de IRS destinado ao município.

Na habitação, depois da inação do passado, foi impulsionado o programa de renda acessível que estava estagnado. Também na habitação social foi iniciado um ambicioso programa de reabilitação de fogos municipais que se encontravam incompreensivelmente devolutos (mais de 800).

Na mobilidade foi iniciada uma revolução com a instituição da gratuitidade dos transportes públicos para os estudantes até ao 23 anos e para os mais idosos, com impacto na circulação, na economia das famílias e na descarbonização da cidade.

Na higiene urbana, um problema crónico para a cidade, foi regularizada a dívida para as juntas de freguesia em matéria de limpeza, foi feita a aposta na descentralização para as freguesias, bem como se aumentaram as retribuições financeiras para os trabalhadores e se contrataram mais trabalhadores para a higiene urbana.

Lisboa tem problemas de organização, de gestão e de funcionamento que têm de ser resolvidos. Os primeiros sinais de mudança estão aí. Neste primeiro ano de Novos Tempos Lisboa tem já a certeza de uma nova forma de enfrentar os problemas e, sobretudo, de uma nova ambição.