Acordo com parceiros sociais assinado

 “Nenhuma maioria, por muito absoluta que seja, se basta a si própria”, diz António Costa, frisando a importância do diálogo. 

O acordo conseguido na Concertação Social foi assinado na tarde deste domingo, no Palácio Foz, em Lisboa, e contou com a presença do primeiro-ministro António Costa e dos parceitos sociais. 

Eduardo Oliveira e Silva, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), foi o primeiro a usar da palavra, afirmando que o acordo conseguido  "é muito diferente do que foi inicialmente apresentado". 

"O que hoje aqui enaltecemos não é a chegada onde chegámos, é sim a partida de onde partimos", disse ainda o responsável. A CAP sempre esteve e está do lado das soluções", acrescentando que "este acordo não se esgota" e há "ainda muito trabalho para fazer". 

Na cerimónia, seguiu-se António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), defendendo que o acordo  "é um ponto de partida, não é um ponto de chegada", enaltecendo ser necessário "conseguir atingir a alteração da economia portuguesa. Temos pela frente enormes desafios, mas temos oportunidades". E deixa claro: “Os astros têm de estar alinhados. As condições externas são complicadas e há elevado grau de imprevisibilidade".

Para Francisco Calheiros, da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), houve mudanças significativas: o "documento inicial e o documento final são completamente diferentes. Houve, de facto, uma concertação", disse, deixando claro: "Isto é um princípio". 

Já Mário Mourão, da UGT, começou a sua intervenção afirmando que o papel da concertação social "é preponderante e deve ser valorizado", principalmente numa altura em que há uma guerra na Ucrânia e a inflação. "Este é o inicio de uma caminhada", disse. 

A palavra foi agora dada ao primeiro-ministro, que começou por felicitar os parceiros sociais e em particular do desempenho da ministra do Trabalho, do ministro das Finanças e da ministra da Agricultura. 

“O que é mais importante nos tempos de incerteza é reforçar confiança e este Acordo é um marco de confiança”, disse António Costa, acrescentando que “dá certeza" quanto aos objetivos que existem pela frente. "E dá a todos previsibilidade do contributo que todos têm de dar para alcançar objetivos", acrescentou. 

O primeiro ministro, em resposta às declarações dos parceiros sociais, disse que o acordo não é, na verdade, o fim do caminho, enaltecendo também a comissão de acompanhamento que foi constituída para seguir o cumprimento do Acordo. “Nenhuma maioria, por muito absoluta que seja, se basta a si própria”, diz António Costa, frisando a importância do diálogo: "com este acordo enviamos uma mensagem fundamental: nestes momentos de incerteza não há nada como o diálogo político, social e a todos os níveis".