Fenprof. Greve ao sobretrabalho a partir do dia 24 de outubro

Sindicato dos professores exige a correção de “abusos e ilegalidades” nos horários de trabalho.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou a realização de uma greve ao sobretrabalho e ao serviço extraordinário, a partir do dia 24 de outubro. Na lista de exigências está principalmente a correção de “abusos e ilegalidades” nos horários de trabalho destes profissionais.

“Em julho, a Fenprof propôs ao Ministério da Educação uma reunião para identificar e corrigir, com a publicação de diploma legal ou a clarificação junto das escolas, os abusos e ilegalidades que em muitas escolas afetam os horários de trabalho dos educadores e professores”, explicam em comunicado.

Os primeiros pré-avisos diários de greve foram entregues ontem, admitindo a estrutura sindical que a greve se poderá estender até ao fim do ano letivo, acusando uma suposta posição de indisponibilidade por parte do Ministério da Educação para corrigir os horários de trabalho.

A Fenprof argumenta ter, entretanto, enviado, seguindo um pedido da tutela, uma lista de compromissos negociados em 2018 e que não terão sido cumpridos. Também foi enviada uma outra lista, com tarefas que consideram burocráticas, mas não houve qualquer resposta do Ministério até ao momento, dizem.

“Contrariando as palavras do ministro, a falta de professores está mesmo a provocar uma ainda maior sobrecarga de trabalho sobre quem está a trabalhar nas escolas”, argumenta a Fenprof, de forma a justificar o recurso à greve.

Sendo que as greves em questão são ao sobretrabalho, esta estrutura sindical garante que estarão apenas em causa atividades como reuniões ou serviço extraordinário, e não a atividade normal dos professores.

Esquecimento Já no fim de setembro a Fenprof tinha ‘ameaçado’ avançar para uma greve caso fosse “esquecida” na proposta de Orçamento de Estado para 2023. “Se o Orçamento do Estado de 2023 passar ao lado dos professores, se calhar não teremos alternativa que não seja recorrer à greve”, disse, na altura, Mário Nogueira, líder da estrutura sindical, considerando serem necessários aumentos salariais no setor que pudessem responder à desvalorização de mais de 14% sentida na última década. Para o líder sindical, aumentos “abaixo de 10% é uma perda tremenda”.