O grande capital está a passar “graxa” ao PS, diz Jerónimo de Sousa

Na critica ao Governo, Jerónimo de Sousa abordou a decisão de antecipar a meia pensão em outubro, ao considerar que a estratégia dos socialistas passa por “dar com uma mão e tirar com a outra”, impactando o poder de compra aos pensionistas no próximo ano.

O grande capital está a passar “graxa” ao PS, diz Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP considerou, este domingo, que o grande capital está a passar “graxa ao cágado”, referindo-se ao PS, que está a seguir uma política convergente com os interesses dos grupos económicos e dos “projetos retrógrados” da direita.

“As confederações patronais, o grande capital, não aplaudem por aplaudir. Aplaudem porque com esta política o Governo do PS merece palmas e sorrisos. O capitalismo tem muitos defeitos, mas não é parvo. Neste momento essas palmas e sorrisos também estão a ser pagas pelo grande capital, que as dão passando graxa ao cágado, no caso concreto ao PS, porque segue os seus interesses”, afirmou Jerónimo de Sousa durante uma sessão pública em Loures, quando comentava a proposta do Orçamento do Estado para 2023, que conta com o chumbo do PCP.

Na critica ao Governo, Jerónimo de Sousa abordou a decisão de antecipar a meia pensão em outubro, ao considerar que a estratégia dos socialistas passa por “dar com uma mão e tirar com a outra”, impactando o poder de compra aos pensionistas no próximo ano.

“Conhecemos bem as dificuldades do nosso povo, aquela frase tão batida aqui na zona: 'Mais vale pouco do que nada, pode ser que o Governo depois aumente outra vez'. E tem sido esta a conversa [do PS] para esconder que lá para final de 2023/2024 os reformados e os pensionistas acabam por ver que foram enganados”, apontou.

Para o dirigente comunista, a proposta do Orçamento do Estado para 2023, apresenta há uma semana, é uma visão da “clara convergência com os projetos reacionários e retrógrados de PSD, CDS-PP, Chega e IL para servir os interesses dos grupos económicos”.

O Governo está a “ignorar” as soluções para contrariar a “depauperação” do país, como não está a adotar as “orientações e medidas”, que se refletem, segundo o PCP, em “consequências profundamente negativas”.

E para terminar a sua intervenção, Jerónimo de Sousa recorreu ao mesmo poema de Miguel de Cervantes que declamou na noite das eleições legislativas de janeiro, mas com uns “pequenos toques”: “Quando se perde os bens, perde-se pouco; quando se perde a dignidade perde-se muito; mas quando se perde a coragem perde-se tudo. Eu creio que já perdemos alguns bens, mas estamos longe de perder a dignidade e estamos muito mais longe de perder a coragem para lutar”.