Morreu o criador de ‘Dartacão’ e de ‘A volta ao mundo de Willy Fog’

“Fazer o desenho de um cão é muito mais rápido e mais barato do que fazer o de um ser humano”, explicou.

Cláudio Biern Boyd; criador de séries de animação como ‘Dartacão’, ‘David, o gnomo’ e ‘A volta ao mundo de Willy Fog’; morreu aos 82 anos, na segunda-feira.

Cláudio Biern Boyd, nascido em Palma de Maiorca em 1940, foi guionista, animador, realizador e empresário, tendo fundado o estúdio de animação BRB onde criou personagens que marcaram a infância das crianças nos anos 80, e que lhe valeram o epíteto de 'Walt Disney espanhol'.

A mais conhecida é a série Dartacão, baseado no livro "Os três mosqueteiros", de Alexandre Dumas.

 A adaptação teve por base dois critérios, não haveria violência e as personagens seriam cães, incluindo o protagonista, exceção para dois dos chamados vilões.

"Se uma criança vê um desenho animado que tem a figura de um homem a lutar com outro com espadas, pode acontecer que na escola pegue num pau e outra criança também e comecem a lutar, mas se virem animais antropomórficos, que agem como não agiriam, tal não acontece", explicou Cláudio Biern Boyd, citado pela agência Lusa.

Houve ainda outro motivo: "Fazer o desenho de um cão é muito mais rápido e mais barato do que fazer o de um ser humano".

Comprou uma enciclopédia de cães e foi criando as personagens com características especificas das raças.

A enciclopédia serviu para desenhar praticamente todas as personagens, menos duas: Milady (que é uma gata) e Richelieu (que é um graxaim-do-campo, também conhecido como raposa dos pampas), "que são os maus".

"Porque não gosto de gatos e porque os graxaim-do-campo são aterradores", partilhou.

Em Portugal, além de "Dartacão", foram também exibidas na RTP as séries "David, o gnomo", "Rui, o pequeno Cid" e "A volta ao mundo de Willy Fog".