Na sequência normal dos tempos, entrámos no outono.
Outono é a estação do ano, onde, após o verão, se prepara e entra um novo ciclo de vida, que passado o inverno, sempre difícil, nos traz a primavera.
No que concerne à Defesa Nacional a entrada no outono trouxe-nos, mais uma vez, a aparição do Grupo de Reflexão Estratégica (Independente), o GREI, que pela voz do seu ‘persistente’ presidente e porta-voz. ‘arengou’ mais uma vez, no circuito das lamentações, tradicionais e habituais – vencimentos e melhoria das condições do ‘ser militar’ – mas acrescentando, mais uma vez, algumas ‘inverdades’ que, para ser simpático, não classifico de mentiras.
Acontece que continua a não ‘engolir’ a Reforma da Estrutura Superior das Forças Armadas, que, em boa hora, o Governo (e o PS) levaram a efeito (com a ajuda do PSD) na Assembleia da República e que o Presidente da República promulgou.
Já lá vão alguns meses!
Acontece que, para se tornar efetiva a legislação aprovada, falta a aprovação e publicação dos Decretos Regulamentares já, em tempo útil, entregues pelas Forças Armadas ao Governo (Ministério de Defesa Nacional).
E o que aconteceu até agora?
Nada.
Inacreditável e inaceitável.
Portanto, o presidente do GREI atribui responsabilidades ao que classifica como «caos nas Forças Armadas» ao que ainda não existe.
Quem publicou a ‘arengada’ não cuidou de saber se o senhor falava a verdade ou não e… publicou.
Independentemente do que se pode considerar mais uma impertinência, arrogância e despudor, o que é um facto é que é incompreensível o atraso na publicação dos Decretos Regulamentares da parte do Governo e, no concreto, do Ministério da Defesa Nacional.
Neste início de outono outras preocupações podemos apresentar:
O que se passa com a proposta de Orçamento da Defesa Nacional para o próximo ano?
Haverá da parte do MDN e do Governo a noção precisa do estado das finanças dos Ramos das Forças Armadas?
Por imperativo legal o nosso CEMGFA terminará o seu mandato na próxima primavera (março de 2023).
Também aqui, o outono, deveria ser aproveitado para começar a tratar e a preparar a sua substituição, que desejamos ocorra, por escolha de entre todos os que tenham as condições exigidas, do oficial general mais bem posicionado para o fazer, com competência, coragem e independência, fugindo ao passadismo, corporativismo e influências ‘celestiais’, que a situação, que se vive e o que é previsível, exige.
O inverno como sempre irá passar depressa.
Em breve, publicaremos a nossa análise dos segundos 100 dias (que já passaram) da Senhora ministra da Defesa Nacional.
Fá-lo-emos, como sempre, com rigor e isenção, em Nome da Verdade, neste outono que estamos a viver.
As ‘coisas’ não são… nem estão… fáceis.