Finlandeses querem construir vedação na fronteira com a Rússia

A maioria dos partidos finlandeses quer construir uma vedação na fronteira com a Rússia, segundo revelou Sanna Marin, primeira-ministra finlandesa.

A ideia foi sugerida inicialmente pela Guarda Fronteira devido ao começo da invasão da Rússia à Ucrânia, recolhendo o apoio da maioria dos partidos, atendendo à preocupação crescente com a provável vaga de imigração ilegal em larga escala – a recente mobilização de 300 mil reservistas russos para a frente de batalha na Ucrânia provocou a fuga de russos, que tentam escapar ao serviço militar.

Segundo o The Washington Post, o arranque dos três primeiros quilómetros de vedação, num total de 260, está para ser decidido em breve, e Sanna Marin, defende que se “trata de uma questão de segurança, de modo a garantir uma verdadeira capacidade de vigilância na região leste da fronteira finlandesa”.

A primeira-ministra finlandesa afirma ter o apoio da sua coligação de esquerda, tal como do partido da oposição, para a construção desta vedação. Em causa está a criação de uma infraestrutura que se poderá estender até 260km, fixando-se nas regiões transfronteiriças de maior risco para a imigração ilegal e no sudeste da Finlândia, onde existe uma maior propensão para tráfego fronteiriço com a Rússia.

Prevê-se que a construção da vedação tenha um custo de várias centenas de milhões de euros, e um tempo estimado de obra de quatro anos. Em breve deverá arrancar a fase dos três primeiros quilómetros, sendo que o restante projeto deverá ser adjudicado, ou não, depois das próximas eleições gerais da Finlândia, em abril de 2023.

A Finlândia tem cerca de 1340 km de fronteira com a Rússia, o que a torna a maior entre os membros da União Europeia.

Entretanto, a Noruega, que também faz fronteira com a Rússia a norte do seu território, anunciou esta quarta-feira, a detenção de sete cidadãos de nacionalidade russa, suspeitos de utilizarem drones, para sobrevoar e fotografar áreas de acesso restrito no país. O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, classificou como “inaceitável” que “o Serviço de Inteligência Russo navegue drones nesta região”.