Prémio Camões distingue intelectual brasileiro

Silviano Santiago “é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância”, justificou júri.

O Prémio Camões – a mais importante distinção da língua portuguesa – viajou este ano para o outro lado do Atlântico. O júri do galardão, composto por dois académicos portugueses, dois brasileiros e dois africanos, anunciou ontem a atribuição ao escritor e professor brasileiro Silviano Santiago, de 86 anos.

“Silviano Santiago, além de escritor com uma obra literária com vários prémios nacionais e internacionais (Jabuti, Oceanos, etc.), é um pensador capaz de uma intervenção cívica e cultural de grande relevância, com um contributo notável para a projecção da língua portuguesa como língua do pensamento crítico, no Brasil e fora dele (nos países ibero-americanos, africanos, nos Estados Unidos e na Europa)”, justificou o júri.

Nascido em Formiga, estado de Minas Gerais, em 1936, Santiago começou a publicar com 18 anos numa revista de cinema.

Licenciou-se em Letras Neolatinas, tendo feito o doutoramento na Sorbonne, em Paris, com uma tese sobre Os Moedeiros Falsos, de André Gide. Lecionou em várias universidades dos Estados Unidos e do Brasil. Além de poesia, ensaio e conto em nome próprio, traduziu também poesia e prosa do francês. A sua obra havia já sido agraciada com importantes prémios de literatura como o Jabuti, o Machado de Assis e o Oceanos.

Santiago sucede no Prémio Camões, que tem o valor pecuniário de 100 mil euros, à escritora moçambicana Paulina Chiziane, vencedora em 2021.