Presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre renunciam aos cargos

A Polícia Judiciária deteve três suspeitos – o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, e o vice-presidente e o chefe da divisão de Obras Públicas, David Teixeira, e ainda um funcionário – durante uma operação policial realizada, esta quinta-feira. São suspeitos de viciação de concursos para obras públicas para favorecer familiares e amigos.

O presidente e vice-presidente da Câmara de Montalegre, detidos na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), demitiram-se dos cargos políticos para poderem defender-se no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, adiantou o advogado Ricardo Sá Fernandes.

Segundo o representante do vice-presidente David Teixeira citado pela agência Lusa, todos os arguidos vão “prestar declarações amanhã [sábado]" depois de terem sido "identificados" esta sexta-feira.

Referindo-se à renúncia, o advogado sublinhou que isto “não significa nenhuma assunção de responsabilidades".

Nas palavras de Ricardo Sá Fernandes, "o juiz não podia suspendê-lo de funções, os tribunais não podem suspender quem foi eleito politicamente. Não foi por recear ser suspenso ou exonerado que tomou esta atitude".

E acrescentou: "David Teixeira, tal como eu, estamos muito seguros de que esclareceremos tudo e que não era necessário isto. Não era necessário tê-lo exposto a toda esta situação".

A Polícia Judiciária (PJ) deteve três suspeitos – o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, e o vice-presidente e o chefe da divisão de Obras Públicas, David Teixeira, e ainda um funcionário – durante uma operação policial realizada, esta quinta-feira, no âmbito de uma investigação de criminalidade económico-financeira, denominada de Operação Alquimia, no distrito de Vila Real.

Através do cumprimento de “dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias”, a autoridade foi averiguar os “serviços de uma autarquia local e diversas empresas nos concelhos de Montalegre, Braga, Famalicão e Vila do Conde”, que culminou com a detenção de três homens, indicou a PJ em comunicado.

“Os detidos encontram-se indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio”, confirmou a PJ.