BCP. Lucro sobe 63% para 97 milhões até setembro

Resultado da atividade em Portugal foi penalizada pela operação na Polónia que conta com efeitos extraordinários de 393 milhões. Banco liderado por Miguel Maya viu comissões a subirem 7% para 573,8 milhões.

O lucro do BCP aumentou 63,4% nos primeiros nome meses do ano, atingindo os 97,2 milhões de euros. Um valor que compara com os 59,5 milhões registados em igual período do ano passado. A instituição financeira liderada por Miguel Maya explica estes resultados com o “aumento dos proveitos core do grupo em 24,7% com custos controlados”.

O mercado nacional apresentou um lucro de 295,7 milhões de euros, mas o grupo continua a ser penalizado pelos efeitos extraordinários relacionados com o polaco Bank Millennium, que enfrenta mais de 15 mil processos em tribunal por causa dos empréstimos concedidos em francos suíços na primeira década de 2000. “Estes efeitos extraordinários incluem encargos de 393 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços, provisões para moratórias de crédito de 304,6 milhões de euros, contribuição de 59,1 milhões de euros para o Fundo de Proteção Institucional polaco e registo da imparidade do goodwill do Bank Millennium de 102,3 milhões de euros”.

O banco lembra ainda que as contribuições obrigatórias para entidades nacionais do setor bancário fixaram-se em 62,2 milhões de euros. Ainda assim, lembra que o resultado da atividade bancária em Portugal deve-se, em parte, ao crescimento de 9,3% dos proveitos core, da redução de 3,4% dos custos operacionais (excluindo itens específicos) e da redução de 11 pontos base no custo do risco”.

Na atividade em Portugal, a margem financeira situou-se 8,3% acima dos 619,5 milhões de euros apurados nos primeiros nove meses de 2021, ascendendo a 670,9 milhões de euros, no mesmo período de 2022, “refletindo, em larga medida, a evolução favorável do negócio comercial e a gestão da carteira de dívida pública”. 

As comissões líquidas apresentaram um crescimento de 7,3% face aos 534,8 milhões de euros registados nos primeiros nove meses de 2021, ascendendo a 573,8 milhões de euros no mesmo período do ano corrente, refletindo em parte a progressiva normalização da atividade económica.

“Neste contexto, assistiu-se a uma melhoria das comissões bancárias, principalmente no que respeita à atividade em Portugal, mas também na atividade internacional. As comissões relacionadas com os mercados, por sua vez, situaram-se abaixo do montante alcançado nos primeiros nove meses de 2021, com o aumento registado na atividade em Portugal a ser integralmente absorvido pela redução verificada na atividade internacional”.