Lisboa: um ano de mandato!

12 meses de mandato: no melhor, Carlos Moedas é simpático, gosta de conversar e andar pela cidade. No pior, não gosta de decidir e não concretiza!

Por Rui Paulo Figueiredo, Deputado PS na Assembleia Municipal de Lisboa

Fez um ano que Carlos Moedas iniciou funções. Não tenho dúvidas que os lisboetas querem que tenha condições para aplicar o seu programa e para governar. Não pretendem bloqueios e crises políticas. Querem, acima de tudo, uma cidade bem governada e que quem ganhou cumpra as promessas com que foi eleito. E é neste âmbito que assistimos a pouca concretização e a muita vitimização.

De facto, estes 12 meses têm sido marcados por constantes números políticos, desfasados da realidade, uma vez que o PS só não viabilizou 4 (quatro) propostas, sem que Moedas assuma o que não tem feito em termos de concretização do seu programa.

Basta andar na rua e olhar à volta. Face às promessas políticas apresentadas, e foram muitas, a Câmara está parada e revela-se pouco eficiente a cuidar do dia a dia e dos principais problemas.

A higiene urbana funciona pior e agravaram-se os problemas com a recolha do lixo, os ratos e as baratas. O espaço público está mais degradado. Os problemas da habitação continuam sem resposta. As políticas sociais tropeçam em múltiplas polémicas. O relacionamento com as freguesias é cordato, mas isso não tem tradução num aprofundamento do trabalho conjunto ou, até, na continuação do que vinha de trás.

Mais significativo, as 12 promessas mais o fim da ciclovia na Almirante Reis, com que foi eleito, têm tido um incipiente avanço na sua concretização. Se as recordarmos, o que vemos?

Comecemos pelo positivo: Salva-se, com a colaboração do PS, a ‘Devolução aos lisboetas’ de parte do IRS, a aposta na ‘Economia do Mar’ e os ‘Transportes’ gratuitos ‘Para residentes’ a avançaram (mas importa melhorar o acesso).

No que concerne ao ‘Seguro de saúde gratuito’, Moedas só agora apresentou a sua ideia. E tivemos tímidos anúncios sobre ‘Eliminar a barreira ferroviária entre a cidade e o Tejo’ e o ‘Parque Mayer como ponto de encontro da cultura, da ciência e das artes’.

As bandeiras políticas ‘Cheques reabertura empresas’ e ‘Fábrica de unicórnios’ têm sido uma mão cheia de nada. Na promessa de ‘Descontos 50%’ ‘No estacionamento Emel para residentes em toda a cidade’ nada acontece! Um ‘Teatro em cada freguesia’ passou a ser uma figura retórica. ‘Aumentar a habitação para jovens em Lisboa’ tem sido um falhanço claro. Tal como pouco ou nada melhora no objetivo de colocar em Lisboa os ‘Licenciamentos urbanísticos até 6 meses’. E quanto à ciclovia na Almirante Reis, depois de debates, hesitações, propostas e estudos, ao ver que a sua proposta ia ser aprovada, optou por a retirar!

Em suma, Lisboa é hoje uma cidade onde escasseia a obra, onde o dia a dia é marcado por vários problemas e onde se celebra não a implementação das promessas, mas cada passo intermédio que, talvez, as leve a serem concretizadas ao fim de meses, um ano ou dois, ou mesmo três anos.

Daí que se possa concluir, quanto ao melhor e ao pior destes 12 meses de mandato: no melhor, Carlos Moedas é simpático, gosta de conversar e andar pela cidade. No pior, não gosta de decidir e não concretiza!

Mas Lisboa precisa de mais! Há que manter a simpatia e a disponibilidade, mas também é preciso enfrentar os problemas, decidir, concretizar e fazer cidade.