Web Summit. Da rainha da Jordânia ao “denunciante” da Uber

O segundo dia da Web Summit ocorreu com o frenesim a que nos tem acostumado desde que chegou a Portugal e com um leque diversificado de convidados.

Depois de um início atribulado, marcado por um incidente técnico que atrasou a abertura oficial do evento e pela convidada surpresa, Olena Zelenska, mulher do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o segundo dia da Web Summit, em Lisboa, continuou com a típica confusão deste certame. Em destaque, a presença de uma grande variedade de convidados, como Rainha Rania Al Abdullah da Jordânia, o campeão de boxe ucraniano Oleksandr Usyk, Mark MacGann, denunciante dos “Uber Files” ou o CEO da Revolut, Nikolay Storonsky.

A rainha consorte da Jordânia, considerada pela revista Forbes uma das 100 mulheres mais poderosas do mundo, casada com o Rei Abdullah II desde 1993, tendo o casal chegado ao trono março de 1999, é uma reconhecida defensora dos direitos humanos, nomeadamente na área da educação, saúde, economia e diálogos interculturais.

Os erros da uber “O verdadeiro progresso de que todos precisamos não é melhores máquinas, mas sim sermos melhores seres humanos”, afirmou Rania da Jordânia, numa conferência que foi mediada pelo correspondente da CNN International, Frederik Pleitgen.

Entre os oradores esteve também o ex-executivo sénior da Uber, Mark MacGann, responsável pela abertura do caso “Uber Files”, que divulgou informações que revelavam que a empresa de serviços de viagens explorava a violência contra os seus motoristas de forma a promover a ideia da empresa contra os taxistas assim como a existência de uma rede de lóbi entre magnatas dos meios de comunicação e políticos.

MacGann esteve presente em dose dupla, com um evento exclusivo para os meios de comunicação e outro intitulado “‘Push a button, get a ride’: Disruption without destruction” (“Carregue num botão, apanhe boleia: disrupção sem destruição”), onde explicou os motivos para ter divulgado esta informação e como é que os investidores podem aprender com os erros da Uber. 

“Se temos o privilégio de testemunhar temos o dever de falar. E falar pelas pessoas que não têm voz”, disse o irlandês.

O segundo dia da Web Summit foi ainda marcado pela presença do ambicioso CEO da Revolut, a aplicação que funciona como uma carteira eletrónica, Nik Storonky, que afirmou que pretende ser “tão importante como a JP Morgan”. 

A Revolut é uma alternativa bancária digital que tem vindo a crescer em Portugal, tendo duplicado os seus clientes em dez meses desde que chegou ao nosso país e já tem praticamente um milhão de clientes.

“Quase 10% dos portugueses já tem uma conta Revolut, um número verdadeiramente impressionante que reforça a nossa vontade de continuar a investir no mercado português”, disse o cofundador da empresa ao Dinheiro Vivo, que esteve no evento no palco principal com o painel intitulado “Revolut’s got a plan”, onde abordou o futuro da empresa.

Além destes convidados estiveram ainda diversas personalidades, nomeadamente, do mundo do desporto, como Patrice Evra, Javier Tebas, Diego Forlan, Gilberto Silva e os portugueses André Villas-Boas, Patrícia Mamona, Bruno Lage e Fernando Pimenta.

Entretanto, enquanto o certame decorria, a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, aproveitou para visitar um centro de refugiados ucranianos em Cascais e agradeceu a “incrível hospitalidade” da organização SOS Ucrânia e o trabalho do autarca de Cascais, Carlos Carreiras.

A Web Summit vai continuar, esta quinta-feira, com um conjunto eclético de oradores, como o vice-primeiro ministro e ministro da Transformação Digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, o responsável de segurança do TikTok, Will Ferrell, o líder da equipa e CEO da Mercedes-AMG PETRONAS Formula 1 Team, Toto Wolff assim como a apresentadora de televisão e atual diretora de Entretenimento e Ficção da TVI, Cristina Ferreira.