PRR tem estado “muito abaixo do previsto”, diz Centeno

Execução do plano tem sido alvo de fortes críticas, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter prometido à ministra da Coesão “estar muito atento”.

“A percentagem de investimento financiada por fundos europeus continua a ser dramaticamente baixa. Menos de 20% do investimento público total é financiado por fundos europeus, o que quer dizer que mais de 80% é financiado com os impostos pagos pelos portugueses”. A garantia foi dada por Mário Centeno, numa conferência organizada pela Ordem dos Economistas. 

E os alertas não ficam por aqui. De acordo com o governador do Banco de Portugal, “ a taxa de execução do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]tem estado muito abaixo do previsto, prejudicada, também, pela inflação do custo dos projetos. Para 2023, espera-se que a prossecução das reformas no âmbito do PRR venha acelerar a utilização efetiva e eficaz dos fundos e a potenciar o investimento”.

Esta crítica soma-se à do Presidente da República, depois de ter avisado a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que estará “muito atento” e não a perdoará caso descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que acha que deve ser,  ainda assim, Medina não quis comentar estas declarações  por quem disse ter “particular estima”.

Alertas que levaram o primeiro-ministro a manifestar-se tranquilo em relação ao ritmo de execução do PRR, garantindo que quem tem responsabilidades executivas deve cumprir o plano sem ansiedades e sem preocupação de alimentar noticiários, já depois de se ter referido aos “momentos de criatividade” do chefe de Estado, que “ninguém leva a mal”. Logo a seguir foi a vez do ministro das Finanças a garantir que o “Governo está coletivamente empenhado em ter uma boa execução dos fundos comunitários”, a garantia foi dada pelo ministro das Finanças, afirmando ainda que estava convicto de que o Plano de Recuperação e Resiliência será cumprido no calendário previsto, até 2026.

De acordo com os últimos dados divulgados pelo site Recuperar Portugal, do total dos 16,4 mil milhões de euros – 3,94 mil milhões são subvenções e 2,7 mil milhões empréstimos – apenas 6% foram pagos, o equivalente a pouco mais de mil milhões de euros. De todos os Estados-membros, Espanha e Itália são os mais avançados uma vez que já receberam o segundo desembolso de Bruxelas mediante o cumprimento das metas e marcos acordados.