Tripulantes acusam TAP de “ataque difamatório”

Em causa está um estudo que revela que os tripulantes da empresa portuguesa poderem ganhar até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais.

 O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusou a TAP de levar a cabo um “ataque difamatório” com os salários dos tripulantes de cabine, depois da publicação de um estudo comparativo com outros países.

Em causa está o facto de os tripulantes da empresa portuguesa ganharem até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais.

O SNPVAC já tinha admitido que era "preocupante ouvir a CEO [presidente executiva] da TAP sublinhar que o Plano de Reestruturação é um bom plano e que o mesmo tem sido rigorosamente cumprido, mas depois divulgar valores que nada têm a ver com as metas e objetivos aí delineados.".

De acordo com o sindicato, "o vencimento médio referido no estudo apresentado pelo Eco é 50% superior ao que foi estabelecido no Plano de Reestruturação para 2022", sendo que "este valor é superior à meta estabelecida no mesmo Plano para o primeiro ano sem cortes salariais em 2025".

"Entendendo que a TAP atravessa um momento crucial para a sua sobrevivência, o SNPVAC tem feito de tudo para que seja possível atingir os objetivos e metas do Plano de Reestruturação. Não pode é aceitar que se tente ir mais além dessas metas, de forma muito pouco transparente", acrescentou.

Para o sindicato, é, "no mínimo, questionável um estudo — supostamente imparcial e competente — que afirma que "[a] remuneração mensal média de um tripulante de cabine da TAP ronda os 3.260 euros brutos", quando, na verdade, 70% dos tripulantes de cabine auferem um rendimento médio de 1.303Euro brutos; e mais de 1.000 tripulantes de cabine recebem um valor abaixo dos mil euros brutos. Destes 1.000 tripulantes, cerca de 500 recebem como vencimento fixo pouco mais do que o ordenado mínimo nacional", garantiu.

Assim, "perante esta postura bélica da empresa", a "direção do SNPVAC conclui que a administração não está disposta a negociar e prefere optar pela contínua gestão alienada da realidade", disse o sindicato, referindo que "os ataques e a contrainformação serão uma constante nos próximos dias".