Autoeuropa. Greve sempre avança apesar de ameaça de acordo

Decisão mantém-se apesar de a administração ter prometido voltar à mesa das negociações ainda este mês com vista a um aumento salarial. 

A greve de duas horas por turno, durante dois dias (17 e 18 de novembro) sempre vai avançar, apesar do possível acordo que será alcançado entre a administração da empresa e a Comissão de Trabalhadores (CT) para pôr fim ao conflito laboral, com o regresso à mesa das negociações. A administração já aplaudiu ao dizer que espera que o encontro “seja positivo e frutuoso”. 

Tal como i avançou a paralisação estava dependente da decisão do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE SUL) e do STASA (Sindicato dos Trabalhadores do Sector Automóvel).

Já esta terça-feira, o SITE SUL tinha garantido que “na ausência de qualquer atitude concreta e credível por parte da gerência, que permita aos trabalhadores suspender a greve, não resta alternativa que não seja a sua manutenção. A Comissão Sindical apela à unidade dos trabalhadores e a que estes mantenham a firmeza e não embarquem em mensagens ilusórias”, refere em comunicado. 

Em cima da mesa está a proposta de aumento extraordinário de 5% em dezembro, com retroativos desde julho, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, mas a administração da empresa entendeu atribuir apenas um prémio único de 400 euros, que deverá ser pago este mês de novembro.

Além da exigência de um aumento extraordinário, a CT da Autoeuropa defende a manutenção da atualização salarial de mais 2% a partir de janeiro de 2023, tal como está previsto no Acordo Empresa (AE) aprovado em 30 de março deste ano.

Esta vai ser a segunda greve na Autoeuropa, fora as que ocorreram no âmbito de greves gerais a nível nacional. A primeira foi a 30 de agosto de 2017, quando os trabalhadores cumpriram uma paralisação de um dia contra a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado, que obrigou a uma paragem de toda a produção da fábrica de Palmela.

E ocorre numa altura em que a Autoeuropa deixou de produzir a carrinha Sharan. Com o final da produção deste monovolume, a fábrica vai apostar no T-Roc, “modelo mais vendido na Europa, em julho e agosto deste ano”.