Moedas. Quando parecem iguais mas valem muito menos

Tentar pagar com uma moeda que parece de um ou de dois euros mas ser afinal uma lira turca ou outra moeda estrangeira é mais comum do que se pensa. A semelhança é enganadora e pode passar despercebida. A Guardia Civil espanhola voltou a alertar para esse problema e o Banco de Portugal também reconhece…

Moedas semelhantes existem em todo o lado mas às vezes a semelhança pode ser mesmo a única coisa que têm em comum. O valor pode ser bem diferente e pode ir parar-lhe uma às mãos. Se for mais distraído, nem se apercebe.

Em Portugal, esses casos acontecem: “Paguei o café com uma nota de cinco euros, em Lisboa, e foi-me dado o troco em moedas”, começa por contar Isabel Ribeiro que colocou as moedas na carteira e nem conferiu se estava correto. Apenas se apercebeu que não tinha recebido o troco todo em euros quando tentou usar uma das moedas num parquímetro. “Colocava a moeda e ela caía sempre. A máquina simplesmente não aceitava. Até pensei que estivesse avariada mas, colocando outra moeda, funcionou”.

Foi aí que se apercebeu: “Pensei que estava a meter na máquina uma moeda de dois euros mas não estava, era uma lira turca que é muito semelhante tanto em termos de tamanho, como de imagem. Só me apercebi nessa altura”. Ao i, Isabel Ribeiro diz não acreditar que tenha sido propositada essa entrega por parte do café e acredita que também o estabelecimento terá sido enganado. 

A verdade é que este é apenas um dos muitos casos que existe em Portugal. Ao i, o Banco de Portugal (BdP), diz ter conhecimento dos casos, garantindo que “acompanha de forma exaustiva o fenómeno referido, uma vez que se trata de uma fraude com implicações tanto ao nível de lojistas como do público em geral”.

E acrescenta ainda que as denominações detetadas “são essencialmente provenientes de países como a Turquia, Brasil, Bolívia, México e Tailândia, e apresentam características, cor e tamanho, semelhantes às moedas de 1 e 2 euros”.

O banco central liderado por Mário Centeno explica ainda ao nosso jornal que, “sempre que necessário reporta estes casos às entidades competentes, nomeadamente à Policia Judiciária”, acrescentando que a Comissão Europeia “promoveu várias iniciativas junto das autoridades turcas, de modo a que as liras turcas fossem objeto de algumas alterações, o que se veio a verificar”. 

No entanto, diz que “todas as moedas dos diferentes países referidos são facilmente detetadas pelos diferentes públicos através da utilização da metodologia ‘Tocar-Observar-Verificar’, e pelos equipamentos de verificação de moeda metálica. 

Guardia Civil deixa alerta Não sabemos se tem ideia de como se parecem as liras turcas mas, para que se perceba uma lira turca é muito semelhante a uma moeda de dois euros. A cor, o tamanho e o formato. Não serão iguais no seu desenho e muito menos no valor. É que esta mesma moeda turca vale apenas 0,051 euros, segundo a conversão confirmada pelo i esta quarta-feira.

A semelhança entre as duas moedas tem feito com que sejam muitas vezes entregues liras turcas no lugar da moeda europeia em Espanha e as autoridades já tiveram que deixar um alerta: Olho!! Estas são liras turcas. Passam-nos por 2 euros pela sua semelhança”, escreveu a Guardia Civil no Twitter.

As autoridades espanholas defendem ser muito importante que se esteja atento às moedas e que sejam conferidas. É que, no fundo, esta continua a ser uma forma de fraude muito eficaz e difícil de reverter.

Olhando para a moeda, é possível verificar que o valor nominal 2 ou o nome Euro não aparece em parte alguma. Em vez disso, são mostradas a lua e a estrela características que constituem o emblema nacional da Turquia , bem como um número 1. Na parte de trás, encontra-se o rosto do primeiro presidente do país, Kemal Atatürk.

Detetar falsificações Além das várias moedas de outros países que se podem fazer passar por euros, é importante também estar atento às falsificações. No site do Banco de Portugal, a entidade explica como é que se pode descobrir uma moeda falsa, caso exista alguma suspeita. 

O banco central começa por explicar que as moedas de euro “incorporam recursos de segurança altamente sofisticados, que tornam o euro uma das moedas mais seguras do mundo” e talvez seja por isso que “o número de moedas falsas detetadas representa apenas uma parcela insignificante das moedas em circulação”. 

A verdade é que a moeda falsa não poderá nunca ser trocada por uma genuína, ainda que a pessoa que nesse momento a tenha na sua posse não tenha qualquer culpa. Caso se suspeite de estar na presença de uma moeda falsificada é preciso verificar os vários recursos de segurança: Sentir (ao tocar, o relevo do desenho difere fortemente do resto da superfície da moeda), olhar (ao tocar, o relevo do desenho difere fortemente do resto da superfície da moeda) e verificar, o que se pode fazer com um íman. Por exemplo: as moedas de 1 e 2 euros contam com um interior ligeiramente magnético, sendo que a parte de fora não tem qualquer magnetismo. Também as moedas de 10, 20 e 50 cêntimos não possuem propriedades magnéticas.

Já as moedas de 1, 2 e 5 cêntimos são altamente magnéticas.