Pandemias e futebois

Venho berrando, há 60 anos, para o Sporting voltar a jogar como os 5 violinos jogavam. Não sou médico, mas posso reclamar um diploma de “treinador de bancada honoris causa”. Desde 1941 que vejo jogar o Sporting…

por António Carvalho

Antes de mais. Não sou médico como, por lapso, vinha escrito no cabeçalho do meu anterior artigo, mas interesso-me pela saúde, talvez por ter coleccionado doenças. Meio naturista e amante de futebol, descobri semelhanças entre as duas maneiras de lidar com pandemias e as duas maneiras de jogar futebol.

Desde os finais do século XIX que as terapêuticas praticadas na Europa nas doenças contagiosas, se baseiam nas teorias microbianas dos cientistas Louis Pasteur e Robert Koch, apoiadas numa indústria farmacêutica que eles ajudaram a criar e desenvolver. Foi nessa perspectiva que os governos europeus, o português incluído, tomaram medidas autocráticas para combater a Covid-19. Seria normal se a teoria microbiana tivesse sido por todos aceite, mas não foi. Não só Pasteur reconheceu, ao morrer, que estava errado, como foi descoberto, há poucos anos, que tinha sido pouco honesto na apresentação dos resultados das suas pesquisas. Mais grave, o apagamento histórico de outro cientista francês, Antoine Bechamp, seu rival, defensor da teoria que ligava o aparecimento das doenças ao estado debilitado do doente. Como as vacinas eram corolário da teoria microbiana e os nossos governantes ignoravam as ideias de Béchamp, apressaram-se a encomendar vacinas e a decretar a vacinação, não obrigatória é certo, mas perseguindo quem ousasse pôr em dúvida a sua eficácia e apontasse os seus inconvenientes e custos. Como a pandemia se atenuou, recairam sobre os vacinadores, os fabricantes das vacinas e os políticos autocratas, os maiores elogios.

Porém, começam a ser conhecidos aspectos sombrios de toda esta história, desde os seus custos astronómicos, às quantidades exageradas, ao secretismo dos contratos, às consequências letais da própria vacinação e ao não cumprimento de regras estabelecidas para a validação das vacinas.

E agora?  Quando é que o silêncio do Governo e dos nossos eurodeputados se fará ouvir?
Bem!… O melhor é passarmos para o futebol…

Venho berrando, há 60 anos, para o Sporting voltar a jogar como os 5 violinos jogavam. Não sou médico, mas posso reclamar um diploma de “treinador de bancada honoris causa”. Desde 1941 que vejo jogar o Sporting…

Nos anos 60 fiz parte do Conselho Geral. Denunciei em Assembleias Gerais, feitas no antigo Estádio (criminosamente destruido), as loucuras que começavam a ser feitas com transferências e ordenados de jogadores de Futebol. Já então não julgava aceitável o Futebol canalizar tanto dinheiro para os bolsos de empresários, treinadores e jogadores (os dirigentes ainda não ganhavam dinheiro) em vez de os gastar na Educação Física dos nossos jovens. Nunca esqueci os jogos que moldaram o meu gosto pelo futebol. No Sporting, os jogos das equipas de Sezabo e Cândido de Oliveira, mais os jogos do San Lorenzo de Almagro e os 10-0 da Inglaterra a Portugal, em 1947, num Estádio Nacional novinho.
Jogava-se em marcação homem a homem, em WM, o que significava ser o futebol um jogo de pares de jogadores. Podíamos ver facilmente a sua habilidade, saber quem fintava melhor ou melhor rematava, quem defendia melhor, como eram construidas as jogadas que preparavam os golos…

Hoje, os treinadores obrigam o jogadores a ser como matraquilhos, a ficar em determinadas zonas, a correrem muitos metros para chegarem, atrasados, ao pé do jogador a quem querem tirar a bola. No ataque, gastam o tempo a passar a bola uns aos outros, para manter a posse da bola, quando deviam estar a tentar rematar à baliza. Passou a haver mais golos de bola parada do que de bola corrida o que fatalmente tinha que empobrecer o espectáculo.

Remédio ? Não vejo nenhum a curto prazo. Ou melhor, vejo, mas é impossível de aplicar. Passaria por um Clube

  • ter directores românticos e honestos que gostassem de ver “jogar à bola”, que apostassem na formação e contratassem treinadores para pôrem a equipa a jogar em WM;
  • ter sócios pacientes que não quisessem ganhar campeonatos logo nos primeiros anos da experiência, e
  •  SORTE para ganharem prestígio e serem imitados no WM, acabando com a ditadura idiota do “tiki-kaka“.

Responsáveis ? Todos os que não querem ver que cada Milhão de euros, banalizado nos negócios do futebol, corresponde, em Portugal, a 101 anos de trabalho para os 880 000 trabalhadores que ganham o ordenado mínimo.