FP. Aumento de 104 euros vai abranger mais 4500

Fesap diz que Governo “tomou boa nota” da proposta. Frente Comum fala em reunião “sem nada de novo”. 

O aumento de 104 euros em 2023 vai abranger mais 4500 funcionários públicos, nomeadamente coordenadores técnicos e assistentes técnicos das posições remuneratórias complementares, avançou o secretário-geral da Federação de Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP), José Abraão.

O responsável explicou à Lusa, que a este número juntam-se ainda 500 coordenadores assistentes técnicos na primeira posição remuneratória, que dizem respeito a 24% dos coordenadores assistentes técnicos, função que também contará com um aumento de cerca de 9%, em média, ou seja, 104 euros também.

“Como os encarregados não são valorizados, fizemos proposta ao Governo no sentido de valorizar o encarregado assistente operacional, como são valorizados os coordenadores de assistente técnico e os coordenadores de fiscal municipal, por exemplo”, explicou o responsável garantindo que o Governo “tomou boa nota” da proposta. “Bom era que o setor privado, em vez de andar a atribuir compensações esporádicas para os trabalhadores, seguisse o exemplo do Estado, valorizando claramente os salários”, avançou ainda o dirigente.

Por seu turno, a Frente Comum afirmou que vai reunir-se amanhã para discutir “novas formas de luta”. “As conclusões não são nada de novo”, disse aos jornalistas a dirigente Cristina Torres. E acrescentou que o “Governo mantém tudo o que tem vindo a dizer no processo negocial, não responde às reivindicações e às necessidades dos trabalhadores e mantém a opção pela continuação do empobrecimento dos trabalhadores”.

Já Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), garante que “não houve avanços” na reunião. Este sindicato propunha a mudança de mais um nível em cada posição remuneratória da carreira de coordenador técnico, mesmo que fosse faseada, mas “o Governo não acompanhou”. 

Paralelamente, aos parceiros sociais o Governo apresentou uma medida que vai permitir conciliar uma parte do subsídio de desemprego com salário para desempregados de longa duração. “Apresentámos aos parceiros sociais uma medida sobre a concretização de um dos pontos previstos no acordo para apoio ao regresso ao mercado de trabalho dos desempregados de longa duração”, disse a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, acrescentando que se trata ainda de “uma proposta inicial”.