Os arguidos devem ir todos à vida?

Claro que há sempre pessoas ávidas por subscreverem qualquer suspeita sobre políticos, e portanto isto poderá ter um custo eleitoral.

Em política, penso que cada vez menos, embora isso fizesse o maior jeito a Montenegro, com a sua falta de jeito para a Oposição.

O que se passa agora com Luísa Salgueiro, presidente de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, e com outros presidentes de Câmaras pelo mesmo motivo, é o exemplo mais claro disso. Claro que há sempre pessoas ávidas por subscreverem qualquer suspeita sobre políticos, e portanto isto poderá ter um custo eleitoral.

Mas ao que os jornais dizem, Luísa Salgueiro foi feita arguida, pela forma como contratou um chefe de gabinete. Por isso, como se um chefe de gabinete não fosse uma pessoa da confiança pessoal do titular do Gabinete, e pudesse ser objecto de concurso público, fica demonstrado que qualquer pessoa do Ministério Público (que passa a vida a perder casos em tribunal, mostrando não ser nada infalível, pelo menos nas iniciativas dos seus responsáveis), poderia em tal situação afastar quem lhe apetecesse, invertendo as regras da democracia. E porque será só Luísa Salgueiro e uns poucos os acusados, se há tantos chefes de Gabinetes que não vieram de concursos? Designadamente, de outros partidos.

Contudo, houve um responsável do Ministério Público que mostrou saber pouco de Leis, e de sensatez política, e não estar pois preparado para o cargo que exerce. Independentemente do que cada um pense da política e dos políticos. Vai ser expulso de MP? Vai ao menos ser responsabilizado pela grosseria legal, e suas consequências?